19/07/2016

Unesp 2016: vestibular do meio de ano - 2a fase

Resolução da prova de Ciências Humanas da 2a fase da Unesp 2016 meio de ano, aplicada no dia 11 de junho de 2016. 

A resolução da prova é do Objetivo


O caderno da prova está disponível aqui


Questões 

1) Dentro das condições mais suaves do Egito, com céus sem nuvens e uma enchente anual previsível e uniforme, uma regularidade moderada contrasta com o ambiente tempestuoso e turbulento, os relâmpagos, as catastróficas torrentes e inundações, das regiões mais orientais. Tão logo os novos cereais e a cultura do arado foram introduzidos no Egito, houve semelhante superabundância de alimentos, e por causa dela, sem dúvida, uma superabundância de bebês. Mas todos os feitos de domesticação do Egito foram realizados sob um céu sem nuvens de tempestade, intocado por sombrias incertezas, não amargurado nem atormentado por repetidas derrotas. A vida era boa. 
(Lewis Mumford. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas, 1991. Adaptado.) 

Caracterize, a partir do texto, o papel do rio Nilo no desenvolvimento da região e justifique a afirmação de que “a vida era boa” no Antigo Egito.

Resolução: O Rio Nilo, cujas enchentes anuais inundavam as áreas próximas a seu leito, propor cionava às terras cultiváveis a fertilidade necessária para a realização de grandes colheitas. A abundância de alimentos favoreceu o crescimento demográfico do país, lançando as bases da civilização egípcia. Outro motivo para essa evolução foi o fato de o Egito estar protegido de invasões pelos desertos existentes a leste e a oeste do Vale do Nilo. Quanto à afirmação de que no Egito “a vida era boa”, o texto a justifica citando a estabilidade do clima, a ausência de catástrofes naturais, a disponibilidade de alimentos e a pequena ocorrência de convulsões internas e ataques externos. Obs.: A avaliação de que no Egito a vida era boa certamente se deve ao ponto de vista de alguém pertencente aos estamentos médios e superiores, pois seria temerário atribuí-la a um felá (camponês) ou a um trabalhador das construções monumentais projetadas pelos faraós, como as pirâmides.

2) Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até a outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Traz, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas e delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa. [...] Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal nem de ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Águas são muitas; infindas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar. (Carta de Pero Vaz de Caminha, 1500. http://objdigital.bn.br.) 
Identifique duas das motivações da colonização portuguesa do Brasil citadas na Carta, indicando os trechos do documento que as mencionam.

Resolução O trecho transcrito permite identificar duas das motivações que levariam Portugal a colonizar o Brasil: a atividade agrícola (“a terra [...] Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, darse-á nela tudo”) e o propósito de converter os nativos à fé católica (“Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente.”).

3) Um dos elementos marcantes do imaginário republicano francês foi o uso da alegoria feminina para representar a República. A Monarquia representava-se naturalmente pela figura do rei, que, eventualmente, simbolizava a própria nação. Derrubada a Monarquia, decapitado o rei, novos símbolos faziam-se necessários para preencher o vazio, para representar as novas ideias e ideais, como a revolução, a liberdade, a república, a própria pátria. Entre os muitos símbolos e alegorias utilizados, em geral inspirados na tradição clássica, salienta-se o da figura feminina. (José Murilo de Carvalho. A formação das almas, 1990.)


Estabeleça uma relação entre o texto e a imagem. Indique três elementos da imagem que justifiquem a relação estabelecida. 

Resolução O texto realça a necessidade de se criar uma nova simbologia para identificar o regime republicano, em substituição aos ícones da Monarquia; nesse sentido, aborda o realce dado à imagem feminina, no lugar antes ocupado pela figura patriarcal do monarca. A ilustração vai ao encontro dessa análise apresentando mulheres (alusões à Pátria e à República como entidades femininas e maternais), crianças (evocando o novo regime) e a Bandeira Nacional (síntese do novo momento histórico, relacionado com a implantação e a construção da República).

4) A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar. [...] Gerações inteiras se criaram à sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se firmemente, podiam estourar a qualquer momento, e devastar a humanidade. [...] Não aconteceu, mas por cerca de quarenta anos pareceu uma possibilidade diária. 
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995.) 

Identifique o conflito a que o texto se refere e caracterize as forças em confronto. 

Resolução O texto se refere à Guerra Fria – confronto que, sem registrar choques militares diretos, opôs as duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial. Tratava-se dos Estados Unidos e da União Soviética: o primeiro, representando o sistema capitalista e o regime democrático; a segunda representando o sistema socialista e o regime totalitário.


5) 
Identifique a forma de relevo indicada pela seta e o processo responsável por sua formação. Considerando seus diferentes agentes formadores, cite dois exemplos de classificação desta forma de relevo. 

Resolução A figura mostra uma planície, formada pela deposição de sedimentos transportados dos planaltos próximos, através dos rios ou do vento. No planalto, ocorre a erosão das superfícies, cujo material, transportado pelo rio ou pelo vento, chega à planície e se espalha pelo transbordamento da via hidrográfica ou por efeito da deposição eólica. Tal formação é, em geral, classificada como uma planície (aluvial ou eólica), ou então como uma depressão, caso ela esteja encaixada entre planaltos e planícies, e cuja diferença está no predomínio da erosão.

6) O livro de Nnimmo Bassey rompe com dois lugares comuns que têm prevalecido nos discursos sobre a África: 1) o continente é sempre interpretado como vítima de um passado colonial onipresente que o incapacita a sair do quadro de miséria e subdesenvolvimento, é como se a África estivesse condenada pelo passado, uma região sem presente; 2) o continente caracteriza-se por infindáveis lutas fratricidas e tribais. Aliás, esse conceito de tribo é reiteradas vezes usado para caracterizar os conflitos e lutas do continente, impondo-se assim um conceito que, na literatura colonialista, é oposto ao conceito de civilização. Haja eurocentrismo! Não, para Nnimmo Bassey essa história colonial não condena o presente desse continente e seus povos por uma simples razão: o fim do colonialismo não significou o fim da colonialidade que, assim, se mostra irmão siamês do capitalismo na sua sanha de acumulação de capital. 

(Denilson A. Oliveira e Carlos W. Porto-Gonçalves. “Apresentação à edição brasileira”. In: Nnimmo Bassey. Aprendendo com a África, 2015. Adaptado.) 

Explicite o modo de estabelecimento das fronteiras no continente africano durante o período colonial e o contexto em que grande parte dos movimentos por descolonização ocorreram. Cite dois exemplos de como a colonialidade se expressa nesse continente. 

Resolução As fronteiras africanas, na verdade, as fronteiras entre os domínios coloniais africanos, foram estabelecidas, ou mais propriamente consolidadas, com o Congresso de Berlim, entre 1884 e 1885. Essas fronteiras foram desenhadas sem levar em conta os interesses das nações daquele continente, pensando-se, apenas, nas motivações econômicas e políticas das potências imperialistas europeias. O processo de descolonização ocorreu prevalentemente após a Segunda Guerra Mundial – no contexto da Guerra Fria, do confronto Oeste-Leste –, e não extinguiu as relações desiguais entre os jovens países africanos e suas antigas metrópoles. A ideia de colonialidade, que sobreviveu à emancipação dos países africanos, expressa-se [I] na subordinação das economias dos jovens Estados africanos ao capital internacional, com grande peso para as multinacionais com origem em suas antigas metrópoles; [II] na influência política que os países africanos ainda sofrem de suas antigas metrópoles, devido – em grande parte – à origem dos recursos dirigidos para amenizar os graves problemas sociais do continente, como fome, doenças endêmicas e epidemias.

7)

Avalie a dimensão das áreas plantadas de soja, em 2006, nas regiões Centro-Oeste e Sul. Apresente o caminho histórico da territorialização da produção de soja no Brasil e indique sua atual direção. 

Resolução A observação do mapa permite perceber que a Região Centro-Oeste apresentava em 2006 a maior concentração territorial do cultivo da soja, ao mesmo tempo em que se notava uma pequena diminuição no ímpeto do cultivo desse produto na Região Sul. O Centro-Oeste apresentava também os maiores totais na produção desse cultivo. A soja começou a ser cultivada no Brasil na Região Sul e, a partir da década de 1970, iniciou uma expansão em direção às regiões centrais do País, à medida que a planta era adaptada aos climas tropicais. Atualmente a soja avança em direção à chamada “fronteira agrícola”, território que bordeja a porção sul da Floresta Amazônica, incluindo a porção norte da Região Centro-Oeste e parte do sul da Região Norte, gerando sérios problemas ambientais, como desmatamento e queimadas. Outro parte da produção segue em direção ao Nordeste brasileiro, abrangendo o oeste da Bahia e a fronteira do Piauí com o Maranhão. 

8) 

A partir da análise da tabela, identifique a principal região de repulsão e a principal região de atração populacional do território brasileiro, explicitando, para cada uma delas, um fator socioeconômico que contribuiu para essa condição. 

Resolução Entre 2005 e 2010, o Sudeste foi a região administrativa que mais recebeu imigrantes. Podem ser relacionados como fatores atrativos desse fluxo migratório: a economia mais dinâmica associada à maior possibilidade de emprego, o maior nível de renda e a mais desenvolvida infraestrutura do País. Neste período, a Região Nordeste foi a que perdeu o maior número de indivíduos. A emigração de nordestinos deve-se sobretudo à fragilidade da economia regional, principalmente nas áreas sertanejas, à concentração fundiária – que limita o acesso de inúmeras famílias à terra –, tudo isso agravado por problemas de ordem natural ou antropicamente induzidos, como secas e perda da qualidade dos solos devido à inadequação de cultivos.

9)
 Texto 1 
Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser gozada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (que é principalmente sua própria conservação, e às vezes apenas seu deleite) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro. E disto se segue que, quando um invasor nada mais tem a recear do que o poder de um único outro homem, se alguém planta, semeia, constrói ou possui um lugar conveniente, é provável de esperar que outros venham preparados com forças conjugadas, para desapossá-lo e privá-lo, não apenas do fruto de seu trabalho, mas também de sua vida e de sua liberdade. Por sua vez, o invasor ficará no mesmo perigo em relação aos outros. (Thomas Hobbes. Leviatã [publicado originalmente em 1651], 1999. Adaptado.) 

Texto 2 
Anarquismo é a doutrina segundo a qual o indivíduo é a única realidade, que deve ser absolutamente livre e que qualquer restrição que lhe seja imposta é ilegítima. Costuma-se atribuir a Proudhon (1809-1865) o nasci - mento do Anarquismo. Sua principal preocupação foi mostrar que a justiça não pode ser imposta ao indivíduo, mas é uma faculdade do eu individual que, sem sair do seu foro interior, sente a dignidade da pessoa do próximo como a sua própria e, portanto, adapta-se à realidade coletiva mesmo conservando a sua individualidade. (Nicola Abbagnano. Dicionário de Filosofia, 2000. Adaptado.) 

Qual foi a solução proposta por Hobbes para a resolução do problema exposto no texto 1? Explique a principal diferença entre Hobbes e a doutrina anarquista de Proudhon quanto à organização política. 

Resolução Hobbes entendia que, para aplacar as más inclinações do homem, seria necessário estabelecer o Estado, e um Estado forte e absolutista. Em Hobbes, identificamos uma antropologia pessimista, pois os homens, no seu entendimento, estão sempre em competição pela honra e pela dignidade, o que produz o conflito e a guerra. Hobbes era um filósofo contratualista, ou seja, entendia que a sociedade seria uma construção artificial, e o Estado um bem comum a ser venerado. Proudhon sustentava uma antropologia mais otimista, pois, segundo o próprio texto, o homem traz em si a noção de dignidade e a capacidade de se colocar no lugar do outro. Assim, enquanto para Hobbes, o Esta - do seria o bem capaz de solucionar os problemas humanos, Proudhon propagou a ideia de uma sociedade sem Estado, defendia a auto-organização dos trabalhadores e que essas organizações teriam legitimidade para possuir, elas próprias, os meios de produção. Assim, foi o primeiro autor a se autoproclamar anarquista, idealizando uma sociedade sem Estado.

10)Suponhamos, pois, que a mente é um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem nenhuma ideia; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra: da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. (John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano [publicado originalmente em 1690], 1999. Adaptado.) Qual é a interpretação de Locke sobre as ideias inatas? Explique quais foram as implicações do pensamento desse filósofo no que se refere à metafísica. 

Resolução Em matéria de epistemologia, John Locke era um representante da concepção empirista, ou seja, filosofia que faz oposição ao inatismo ou racionalismo, e segundo a qual o conhecimento é adquirido unicamente pela experiência e pela percepção, valorizando, assim, o papel dos sentidos. Sendo assim, a mente humana seria uma tábula rasa ou uma folha de papel em branco, pois nasceria sem noção racional alguma acerca do mundo e da realidade. O empirismo critica a metafísica e conceitos como os de causa e substância. Ou seja, todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, por tentativa e erro. Metafísica é a área da filosofia que elabora um saber que busca descrever os fundamentos, as condições, as leis, a estrutura básica, as causas ou os princípios, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou dos seres em geral.

11) A discussão sobre a relação arte-sociedade levou a duas atitudes filosóficas opostas: a que afirma que a arte só é arte se for pura, isto é, se não estiver preocupada com as circunstâncias históricas, sociais, econômicas e políticas. Trata-se da defesa da “arte pela arte”. A outra afirma que o valor da obra de arte decorre de seu compromisso crítico diante das circunstâncias presentes. Trata-se da “arte engajada”, na qual o artista toma posição diante de sua sociedade, lutando para transformá-la e melhorá-la, e para conscientizar as pessoas sobre as injustiças e as opressões do presente. (Marilena Chauí. Convite à Filosofia, 1994.) 

Considerando o conceito de indústria cultural formulado pelos filósofos Adorno e Horkheimer, explique as modificações ocorridas na relação entre arte e sociedade quando comparadas com a concepção purista da “arte pela arte” e com a concepção “engajada”. 

Resolução A Escola de Frankfurt construiu o conceito de indústria cultural para entender o papel da produção artística na sociedade capitalista, em que ela se encontra subordinada aos interesses de mercado e aos interesses da classe dominante. Portanto, a noção da “arte pela arte” pode subordinar a arte ao papel de reprodutor da sociedade desigual, enquanto a chamada “arte engajada” seria aquela comprometida politicamente com a transformação da sociedade, numa preocupação de denunciar traços conservadores da cultura, protestando, por meio do exercício estético, contra as injustiças, e o artista seria um agente político ativo.

12) 
Texto 1 
Diversamente do idealismo, o positivismo reivindica o primado da ciência: nós conhecemos somente aquilo que as ciências nos dão a conhecer, pois o único método de conhecimento é o das ciências naturais. O positivismo não apenas afirma a unidade do método científico e o primado desse método como instrumento de conheci - mento, mas também exalta a ciência como o único meio em condições de resolver, ao longo do tempo, todos os problemas humanos e sociais que até então haviam atormentado a humanidade. (Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da Filosofia, vol. 3, 1999. Adaptado.) 

Texto 2 Basta, portanto, que os homens sejam considerados coisas para que se tornem manipuláveis, submetidos à ditadura racionalizada moderna que encontra seu apogeu no campo de concentração. Assim, a nova crise da razão é interna e traz subitamente à luz, no cerne da racio - nalização, a presença destrutiva da desrazão. Já não é apenas a suficiência e a insuficiência da razão que estão em causa, é a irracionalidade do racionalismo e da racionalização. Essa irracionalidade pode devorar a razão sem que ela se dê conta. (Edgar Morin. Ciência com consciência, 1996. Adaptado.) 

Considerando a análise realizada por Edgar Morin sobre as tendências irracionais da razão, explique sua importância para uma crítica ao otimismo positivista diante da ciência. 

Resolução Morin identifica no mundo moderno uma forma de se produzir conhecimento errado, pois é marcado pela disjunção entre os saberes e, assim, produz-se conheci - mento e ignorância simultaneamente. A ciência está separada da filosofia; a especialização, da reflexão; a razão, da emoção ou do imaginário; cultura científica, da humanista; as ciências naturais, das humanas; a prosa, da poesia; e a arte foi relegada a um plano de mera função de entretenimento. O pensamento com - plexo na concepção moriniana propõe uma religação dos saberes, sem negar a especificidade de cada área, pretendendo construir um conhecimento transdisciplinar. Morin também se preocupa com a dimensão ética do conhecimento e escreveu, entre outros tantos, o livro Ciência com consciência. A ciência, na concepção positivista, era proclamada a organizadora da ordem e promotora do progresso, contudo, ela esteve subjugada aos interesses econômicos do capitalismo e do socialismo, promovendo violentos impactos ambientais, contribuindo na produção das desigualdades, consequentemente, na produção da exclusão social, e além disso, a ciência hoje se depara com problemas na área da bioética, com as experiências e as questões biomédicas relacionadas com o problema do aborto, da clonagem, dos transgênicos e da eutanásia, necessitando, portanto, dialogar com as demais formas de saber, como a filosofia, por exemplo.