Identifique, exemplificando com
passagens do texto, a concepção de Maquiavel acerca da maneira como o governante
deve se comportar. Indique dois elementos, presentes ou não no texto, que
permitam associar o pensamento de Maquiavel à visão de mundo dos humanistas
1) O príncipe deve ser amoral (“É necessário a um
príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau
e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a
necessidade”); 2) O príncipe deve saber agir de acordo
com as circunstâncias para preservar o poder do
Estado (“É necessário que o príncipe seja tão prudente
que saiba evitar os defeitos que lhe arrebatariam o
governo e praticar as qualidades próprias para lhe
assegurar a posse deste”). O pensamento de Maquiavel
pode ser associado à visão de mundo dos humanistas
(entendidos como admiradores das qualidades e
potencialidades do ser humano) sob dois aspectos:
Maquiavel, assim como os humanistas, recorre ao
racionalismo para justificar seu pensamento; além
disso, ao valorizar a pessoa do príncipe na condução
dos assuntos de governo (no lugar do pensamento
predominantemente teocentrista medieval), Maquiavel
se associa aos humanistas na ênfase dada à ação do ser
humano.
2) A vinda da Corte com o
enraizamento do Estado português no Centro-Sul daria início à transformação da
colônia em metrópole interiorizada.(Maria Odila Leite da Silva Dias. A
interiorização da metrópole e outros estudos, 2005.)
Cite e analise duas medidas
determinadas pelo Príncipe Regente D. João, nos anos em que ficou no Brasil,
que tenham contribuído para essa interiorização da metrópole e seu gradual
enraizamento na colônia.
Abertura dos portos brasileiros às nações amigas,
rompendo o exclusivo metropolitano português,
abrindo a economia do País ao circuito comercial
internacional; elevação do Brasil à condição de Reino
Unido a Portugal e Algarves, pondo fim à subordinação colonial do primeiro ao Reino Português;
instalação, no Rio de Janeiro, de tribunais superiores
até então sediados em Lisboa; criação da Casa da
Moeda e do Banco do Brasil, dinamizando a vida
financeira; e diversas medidas de caráter cultural
como a Imprensa Régia, a Biblioteca Real, o Jardim
Botânico, escolas de medicina, academias militares e a
contratação de uma missão artística francesa –
responsáveis por um certo progresso intelectual, mar -
cado pelo afrancesamento e consequente europeização
das elites brasileiras.
3) Desde 1964, o novo regime
exerceu forte pressão sobre cultura identificada com propostas de transformação
social, objetivando impedir a continuidade de uma experiência que ganhava
corpo. Apesar do quadro adverso, a cultura de oposição não perdeu vigor,
buscando novas estratégias e assumindo variados estilos, conforme o momento da
ditadura e a feição própria dos debates entre os próprios cineastas que, solidários
no impulso de resistência, tinham posições distintas no modo de conceber suas
obras e encaminhar suas escolhas temáticas e opções estéticas.
(Ismail Xavier. “O momento do
golpe, as primeiras reações e o percurso do cinema de oposição no período da ditadura”.
In: Angela Alonso e Miriam Dolhnikoff (orgs.). 1964: do golpe à democracia,
2015.)
Dê um exemplo e uma
característica da produção cinematográfica brasileira mencionada no texto.
Considerando outras manifestações culturais “de oposição” que tiveram grande
impacto no mesmo período, indique uma ocorrida no campo da música e uma
ocorrida no campo do teatro.
Resolução
Característica: continuidade do “Cinema Novo” que
procurava conscientizar os brasileiros acerca da
problemática social e econômica do País. Exemplo:
Terra em Transe, de Glauber Rocha. Outras manifes -
tações culturais de impacto no período: canções de
protesto, como Pra não dizer que não falei das flores,
de Geraldo Vandré; no teatro, atuação do Teatro de
Arena, em São Paulo, com Arena conta Zumbi e Arena
conta Tiradentes, e do Grupo Opinião, no Rio de
Janeiro, com Liberdade, Liberdade.
4) O texto e a foto mostram faces
da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, durante a década de 1960.É
preciso que toda a raça negra se transforme num exército negro. Só assim
poderemos marchar sobre este país, sobre este poder racista e dizer a este
governo safado: “Mãos ao alto, bando de safados, isto é um assalto! Viemos
retomar aquilo que nos pertence!”(Bobby Seale apud Dany Cohn-Bendit. Nós que
amávamos tanto a revolução, 1987.)
Bobby Seale, autor da frase acima,
foi um dos líderes dos Panteras Negras. Os atletas John Carlos e Tommie Smith
(na foto, com os braços levantados) tornaram-se famosos por seu protesto
durante a cerimônia de premiação da prova de 200 metros da Olimpíada de
1968.Caracterize a condição dos negros norte-americanos na década de 1960 e
cite duas estratégias de luta do movimento negro nos Estados Unidos, no mesmo
período
Resolução
Condição dos negros norte-americanos na década de
1960: nos Estados Unidos considerados como um todo,
preconceito e discriminação generalizados com ênfase
na atuação policial contra afroamericanos; nos estados
sulistas, segregacionismo institucionalizado, com
restrições aos direitos civis dos negros. Estratégias de
luta propostas: ação armada, preconizada pelos
Panteras Negras e pelos Muçulmanos Negros; e mobi -
lização pacifista, liderada por Martin Luther King.
05)
O que o gráfico permite analisar?
Considerando as informações do gráfico, indique os intervalos percentuais
aproximados das legendas do mapa para os tipos I e V
Resolução
O gráfico permite analisar a relação das porcentagens
entre MATA/FLORESTA, LAVOURA e PASTAGEM
das unidades federativas brasileiras no ano de 2006
no qual ficam estabelecidos 6 tipos de classificação
desta distribuição.
Os intervalos percentuais aproximados do Tipo I (que
inclui os estados de Acre e Amapá) são: 62% a 68%
de MATA/FLORESTA, 5% de LAVOURA e 28% a
35% de PASTAGEM. Os intervalos do TIPO V (Rio
de Janeiro) são: 15% de MATA/FLORESTA, 22% de
LAVOURA e 63% de PASTAGENS.
06) A charge retrata um movimento
ocorrido em 2014 na cidade de Hong Kong
Identifique este movimento e sua motivação.
Como o lema “Um país, dois sistemas” relaciona-se à situação de Hong Kong
perante a China?
Resolução
Grupos de habitantes de Hong Kong, sob a bandeira
“Occupy Hong Kong”, protestaram contra o governo
chinês que tencionava impor seu sistema de governo à
cidade, contrariando os acordos assinados em 1997,
quando da devolução da cidade pelo Reino Unido
(estava “alugada” desde 1897), que permitiam o livre
escrutínio da população local. Esta autonomia estava
prevista dentro da política que funcionava sob o lema
“Um país, dois sistemas”, no qual o governo chinês
preconizava para o país (a parte continental, toda sob
o controle do Partido Comunista Chinês) o sistema
socialista de produção e permitia certa independência
administrativa e econômica para Hong Kong, que,
durante cinquenta anos, a partir de 1997, manteria o
sistema capitalista de produção.
7) O entendimento dos processos
sociais envolvidos nos fluxos de pessoas entre países, regiões e continentes
passa pelo reconhecimento de que sob a rubrica migração internacional estão
envolvidos fenômenos distintos, com grupos sociais e implicações diversas. A
migração internacional, no contexto da globalização, é inevitável e deve ser
entendida como parte das estratégias de sobrevivência, de impulso para alcançar
novos horizontes, e a globalização, nesse contexto, age como fator de estímulo.
(Neide L. Patarra. “Migrações
internacionais: teorias, políticas e movimentos sociais”. Estudos Avançados,
2006. Adaptado.)
Explique por que a globalização é
um estímulo à migração internacional. Cite dois aspectos ou “fenômenos distintos”
motivadores das migrações.
Resolução
Vários aspectos inerentes à globalização estimulam os
movimentos migratórios. A globalização incrementou,
por exemplo, a melhoria dos meios de transporte,
comunicações e informação, facilitando o deslocamento entre as diversas regiões. A globalização intensificou
o diferencial econômico entre nações ricas e pobres (por
meio da concentração de renda em favor dos ricos).
Considera-se também que a globalização teve início
com o término da Guerra Fria, o que levou ao fim de
muitas barreiras que impediam a circulação entre os
países capitalistas e os antigos países socialistas.
Assim, chega-se aos aspectos motivadores das migrações, como, por exemplo, (I) a pobreza extrema de
algumas regiões do mundo, com baixas perspectivas
de oportunidades, as quais levam trabalhadores a
buscar outros locais onde possam exercer atividades e
(II) conflitos étnicos e religiosos, inviabilizando a
vivência nas regiões conflituosas, elementos que
englobam a busca pela melhoria da qualidade de vida.
Grupos também podem deslocar-se (III) em função de
trabalho técnico-científico, a chamada “migração de
cérebros”, que leva cientistas para trabalhar em
universidades de países emergentes, ou a possibilidade
de pesquisa científica em nações mais desenvolvidas,
realizada por cientistas de países pobres.
08) Relações entre as aglomerações na rede
urbana
Os esquemas apresentam redes urbanas com diferentes
hierarquias. Explique a diferença entre rede urbana e hierarquia urbana e como
se dão as relações entre as aglomerações urbanas nos esquemas apresentados.
Resolução
Rede urbana é um conjunto articulado de cidades e
seus centros urbanos, com relação de dependência
entre os diferentes tamanhos das localidades, as quais
estão conectadas no dia a dia da sua população por
um fluxo de serviços, informações, mercadorias e
capital. Essa rede estrutura-se por meio de uma
hierarquia urbana, em que as cidades menores
costumam ser relativamente dependentes e subordinadas às cidades maiores e economicamente mais
desenvolvidas, influência essa conhecida como grau de
polarização.
No esquema clássico, observa-se uma relação vertical,
na qual a hierarquia é rigidamente respeitada, a
metrópole nacional exerce numa hierarquia fechada
seu poder de influência até a menor localidade, que é
a vila. No esquema atual, há uma inter-relação
complexa na qual a metrópole nacional se relaciona,
ao mesmo tempo e nos mais variados graus, com toda
a estrutura hierárquica, sendo que os elementos
intermediários da hierarquia também mantêm um
relacionamento entre si.
09) Não é preciso uma grande
arte, uma eloquência muito rebuscada, para provar que os cristãos devem
tolerar--se uns aos outros. Vou mais longe: afirmo que é preciso considerar
todos os homens como nossos irmãos. O quê! O turco, meu irmão? O chinês? O
judeu? O siamês? Sim, certamente; porventura não somos todos filhos do mesmo
Pai e criaturas do mesmo Deus? Penso que poderia surpreender a obstinação de
alguns líderes religiosos se lhes falasse: “Escutem-me, pois o Deus de todos
esses mundos me falou: há novecentos milhões de pequenas formigas como nós
sobre a terra, mas apenas o meu formigueiro é bem-visto por Deus; todos os
outros lhe causam horror desde a eternidade; meu formigueiro será o único
afortunado, e todos os outros serão desafortunados”. Eles me agarrariam então e
me perguntariam quem foi o louco que disse essa besteira. Eu seria obrigado a
responder-lhes: “Foram vocês mesmos”. Procuraria em seguida acalmá-los, mas
seria bem difícil. (Voltaire. Tratado sobre a tolerância [originalmente
publicado em 1763], 2015. Adaptado.)
Qual foi o nome atribuído ao mais
importante movimento filosófico francês do século XVIII? Explique a importância
do texto de Voltaire para o desenvolvimento desse movimento filosófico e para a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembleia da ONU em
1948.
Resolução
Foi o Iluminismo, movimento que valorizou a razão, a
liberdade civil, o direito natural, a igualdade e a tole -
rância. Voltaire foi um defensor das liberdades civis
(de expressão, religiosa e de associação) e escreveu
cerca de setenta obras, entre elas, Tratado sobre a To -
le rância, em que defende a tolerância religiosa. De -
fendeu a ideia de que o monarca deveria passar pelos
processos legais antes de punir um súdito, com ba ten -
do, assim, o Antigo Regime e o absolutismo. Suas
ideias inspiraram a Revolução Francesa e a De cla ra -
ção Universal dos Direitos Humanos da ONU, em que
se propõe que toda ação humana seja movida pelo es -
pí rito da fraternidade. Sua influência ainda se verifica
na Declaração de Princípios sobre a Tolerância, da
UNESCO (1995), para a qual tolerância não é si nô -
nimo de indulgência, mas de respeito.
10) Texto 1
Sócrates - Ao atingir os
cinquenta anos, os que tiverem se distinguido em tudo e de toda maneira, no seu
agir e nas ciências, deverão ser levados até o limite e forçados a elevar a
parte luminosa da sua alma ao Ser que ilumina todas as coisas. Então, quando
tiverem vislumbrado o bem em si mesmo, usá-lo-ão como um modelo para organizar
a cidade, os particulares e a sua própria pessoa, pelo resto da sua vida.
Passarão a maior parte do seu tempo estudando a filosofia e, quando chegar sua
vez, suportarão trabalhar nas tarefas de administração e governo, por amor à
cidade, pois que verão nisso um dever indispensável. Assim, depois de terem
formado sem cessar homens que lhes sejam semelhantes, para lhes deixar a guarda
da cidade, irão habitar as ilhas dos bem-aventurados. Glauco – São mesmo
belíssimos, Sócrates, os governantes que modelaste como um escultor!(Platão. A
República, 2000. Adaptado.)
TexTo 2
Origina-se aí a questão a ser
discutida: se é preferível ao príncipe ser amado ou temido. Responder-se-á que
se preferiria uma e outra coisa; porém, como é difícil unir, a um só tempo, as
qualidades que promovem aqueles resultados, é muito mais seguro ser temido do
que amado, quando se veja obrigado a falhar numa das duas. Os homens costumam
ser ingratos, volúveis, covardes e ambiciosos de dinheiro; enquanto lhes
proporcionas benefícios, todos estão contigo. Todavia, quando a necessidade se
aproxima, voltam-se para outra parte. Os homens relutam menos em ofender aos
que se fazem amar do que aos que se fazem temer, pois o amor se mantém por um
vínculo de obrigação, o qual, mercê da perfídia humana, rompe-se sempre que for
conveniente, enquanto o medo que se incute é alimentado pelo temor do castigo,
sentimento que nunca se abandona. (Maquiavel. O Príncipe, 2000. Adaptado.)
Considerando
os conceitos filosóficos de “idealismo”, “metafísica” e “ética”, explique as
diferenças entre as concepções de política formuladas por Platão e por
Maquiavel.
Resolução
Platão é considerado o fundador do idealismo, pensamento em que se acredita existir um mundo ideal, de
onde provém a inteligência humana, em oposição ao
mundo das manifestações. O filósofo é aquele que
regressa, pela reflexão autêntica, a esse mundo
original e metafísico, tornando-se hábil a exercer o
poder político. Platão expôs em A República a sua
concepção de governo numa sociedade idealizada, em que Esparta foi tomada por modelo. A sociedade seria
como um corpo, em que as pernas sustentam e seriam
os trabalhadores; os braços defendem e representam
os guerreiros, enquanto a cabeça governa, e esta é a
representação dos filósofos que tiveram contato com o
mundo ideal.
Maquiavel foi um pensador que teorizou a política,
colocando-a sob a perspectiva da astúcia e do pragmatismo. Nesse sentido, a ação política teria sobretudo
a preocupação de manter o poder centralizado, em
que os fins justificam os meios, deixando de lado preocupações de ordem moral e religiosa. Maquiavel
insere a política numa esfera puramente humana,
defendendo a consolidação do Estado laico.
11) TexTo 1– Pode-se deduzir, da
influência dos órgãos, uma relação entre o desenvolvimento dos órgãos cerebrais
e o desenvolvimento das capacidades morais e intelectuais?– Não confundais o
efeito com a causa. O Espírito tem sempre as capacidades que lhe são próprias;
ora, não são os órgãos que produzem as capacidades, mas as capacidades que
conduzem ao desenvolvimento dos órgãos. O Espírito, se encarnando, traz certas
predisposições, admitindo-se, para cada uma, um órgão correspondente no
cérebro, o desenvolvimento desses órgãos será um efeito e não uma causa. Se as
capacidades se originassem nesses órgãos, o homem seria uma máquina sem
livre-arbítrio e sem responsabilidade dos seus atos. Seria preciso admitir que
os maiores gênios, sábios, poetas, artistas, não são gênios senão porque o
acaso lhes deu órgãos especiais.(Allan Kardec. O livro dos espíritos [texto
originalmente publicado em 1848], 2011. Adaptado.)
TexTo 2 - Lobo temporal é o nome da
região do córtex cerebral onde são processados os sinais sonoros. “Deduzo que a
habilidade de produzir música também deve estar lá”, afirma o neurologista
alemão Helmut Steinmetz, um dos pesquisadores da Universidade Henrich Heine, de
Düsseldorf, Alemanha, responsáveis pela descoberta de que os músicos têm o lobo
temporal esquerdo maior que o dos outros indivíduos. Steinmetz e seu parceiro
Gottfried Schlaug compararam, em exames de ressonância magnética, o cérebro de
trinta músicos com os de outros trinta indivíduos. Em todos, o lobo temporal
esquerdo é um pouco maior que o direito, mas essa diferença chega a ser duas vezes
maior entre os músicos.(Nelson Jobim. “Um dom de gênio”. Superinteressante,
maio de 2000.)
Considerando o conceito
filosófico de “inatismo”, explique as diferenças entre os dois textos, no que
se refere à origem das capacidades mentais
Resolução
No texto de Kardec, codificador do Espiritismo,
religião amplamente professada no Brasil, o Universo
é visto como constituído por matéria e espírito. Essa
concepção tem ressonância no pensamento de Platão
e Descartes, considerados também pensadores
dualistas. Assim, o corpo material (e suas habilidades)
é plasmado pelo espírito que o encarna. A alma, entendida por Kardec como o espírito encarnado, é o
por ta dor de uma bagagem cultural e moral de
existências passadas, conceito semelhante ao inatismo cartesiano e platônico, em que a razão humana é
portadora e produtora do conhecimento.
O texto de Nelson Jobim toma a genialidade humana
como produto de determinação biológica, pois a
estrutura do cérebro humano aparecera, em pesquisas, diferente em diversos indivíduos, com e sem
habilidades musicais. Tal concepção se aproximaria
mais dos empiristas, para os quais toda inteligência
nasce como tábula rasa. Nesse caso, poderíamos
admitir que a genialidade resultaria do acaso, em que,
na crítica de Kardec, “os maiores gênios, sábios,
poetas e artistas não são gênios senão porque o acaso
lhes deu órgãos especiais”.