O resultado, a lista de aprovados para a 2ª fase e a divulgação do local de prova estará disponível no dia 2 de dezembro. A 2a fase da Unesp será nos dias 13 e 14 de dezembro, respectivamente, domingo e segunda-feira.
Site da Vunesp - Unesp 2016 - prova e gabarito
A prova da segunda fase deste vestibular da Unesp 2016 pode ser vista aqui
História
31) A cidade tira de seu império uma parte da honra, da
qual todos vós vos gloriais, e que deveis legitimamente
apoiar; não vos esquiveis às provas, se não renunciais
também a buscar as honras; e não penseis que se trata
apenas, nesta questão, de ser escravos em vez de livres:
trata-se da perda de um império, e do risco ligado ao ódio
que aí contraístes.
(Péricles apud Pierre Cabanes. Introdução à história da Antiguidade, 2009.)
O discurso de Péricles, no século V a.C., convoca os atenienses
para lutar na Guerra do Peloponeso e enfatiza
(A) a rejeição à escravidão em Atenas e a defesa do trabalho
livre como base de toda sociedade democrática.
(B) a defesa da democracia, por Atenas, diante das ameaças aristocráticas de Roma.
(C) a rejeição à tirania como forma de governo e a celebração
da república ateniense.
(D) a defesa do território ateniense, frente à investida militar
das tropas cartaginesas.
(E) a defesa do poder de Atenas e a sua disposição de
manter-se à frente de uma confederação de cidades
32) Eis dois homens a frente: um, que quer servir; o outro,
que aceita, ou deseja, ser chefe. O primeiro une as mãos
e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro
símbolo de submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda
acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a personagem
que oferece as mãos pronuncia algumas palavras,
muito breves, pelas quais se reconhece “o homem” de
quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se
na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram
estes – muito simples e, por isso mesmo, eminentemente
adequados para impressionar espíritos tão sensíveis às
coisas – os gestos que serviam para estabelecer um dos
vínculos mais fortes que a época feudal conheceu.
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)
Miniatura do Liber feudorum Ceritaniae, século XIII
O texto e a imagem referem-se à cerimônia que
(A) consagra bispos e cardeais.
(B) estabelece as relações de vassalagem.
(C) estabelece as relações de servidão.
(D) consagra o poder municipal.
(E) estabelece as relações de realeza.
33) As reformas protestantes do princípio do século XVI, entre
outros fatores, reagiam contra
(A) a venda de indulgências e a autoridade do Papa, líder
supremo da Igreja Católica.
(B) a valorização, pela Igreja Católica, das atividades
mercantis, do lucro e da ascensão da burguesia.
(C) o pensamento humanista e permitiram uma ampla revisão
administrativa e doutrinária da Igreja Católica.
(D) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela Igreja
Católica na América e na Ásia
(E) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica.
Leia o texto para responder às questões 34 e 35.
Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missioná- rios e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII. A barbárie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana foram atribuídos aos africanos ao mesmo tempo em que se justificava a sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas práticas serviria como justificativa compensatória para a coisificação dos negros e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da América.
(Regina Claro. Olhar a África, 2012. Adaptado.)
34) A partir do texto, é correto afirmar que a dominação europeia
da África, entre os séculos XV e XVIII,
(A) derivou prioritariamente dos valores do islamismo,
aprisionando os corpos dos africanos para, com o sacrifício,
salvar suas almas.
(B) foi um esforço humanitário, que visava libertar povos
oprimidos por práticas culturais e hábitos pré-históricos
e selvagens.
(C) baseou-se em avanços científicos e em pressupostos
liberais, voltados à eliminação de preconceitos raciais
e sociais.
(D) sustentou-se no comércio e na construção de um imaginário
acerca do continente africano, que legitimava
a ideia de superioridade europeia.
(E) fundamentou-se nas orientações dos relatos de viajantes,
que mostravam fascínio e respeito pelas culturas
nativas africanas.
35) As “plantations da América”, citadas no texto, correspondem
a
(A) um esforço de coordenação da colonização ao redor
do Atlântico, com a aplicação de modelos econômicos
idênticos nas colônias ibéricas da América e da costa
africana.
(B) uma estratégia de valorização, na colonização da
América e na África, das atividades agrícolas baseadas
em mão de obra escrava, com a consequente
eliminação de toda forma de artesanato e de comércio
local.
(C) um modelo de organização da produção agrícola caracterizado
pelo predomínio de grandes propriedades
monocultoras, que utilizavam trabalho escravo e destinavam
a maior parte de sua produção ao mercado
externo.
(D) uma forma de organização da produção agrícola,
implantada nas colônias africanas a partir do sucesso
da experiência de povoamento das colônias inglesas
na América do Norte.
(E) uma política de utilização sistemática de mão de obra
de origem africana na pecuária, substituindo o trabalho
dos indígenas, que não se adaptavam ao sedentarismo
e à escravidão.
36) A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo
célebre exemplo da manufatura de alfinetes, analisada
por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade
tecnológica, mas porque garantia ao empresário um papel
essencial no processo de produção: o de coordenador
que, combinando os esforços separados dos seus operá-
rios, obtém um produto mercante.
(Stephen Marglin. In: André Gorz (org.).
Crítica da divisão do trabalho, 1980.)
Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto
destaca
(A) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias
nos salários e nas condições de trabalho.
(B) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a
autogestão da empresa pelos trabalhadores.
(C) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante
para o aumento da capacidade produtiva.
(D) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa
para a supressão de cargos diretivos na organização do trabalho.
(E) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento
de uma hierarquia no processo produtivo.
37) O fato de ser a única monarquia na América levou os
governantes do Império a apontarem o Brasil como um
solitário no continente, cercado de potenciais inimigos.
Temia-se o surgimento de uma grande república liderada
por Buenos Aires, que poderia vir a ser um centro de atração sobre o problemático Rio Grande do Sul e o isolado
Mato Grosso. Para o Império, a melhor garantia de que a
Argentina não se tornaria uma ameaça concreta estava
no fato de Paraguai e Uruguai serem países independentes,
com governos livres da influência argentina.
(Francisco Doratioto. A Guerra do Paraguai, 1991.)
Segundo o texto, uma das preocupações da política externa
brasileira para a região do Rio da Prata, durante o
Segundo Reinado, era
(A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice
Aliança.
(B) limitar a influência argentina e preservar a divisão
política na área.
(C) facilitar a penetração e a influência política britânicas
na área.
(D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento
econômico do Paraguai.
(E) integrar a economia brasileira às economias paraguaia
e uruguaia.
38) Entre os mecanismos que sustentavam o regime político
da Primeira República brasileira, pode-se citar:
(A) a Constituição, que restringia aos chamados homens
bons o acesso aos principais postos dos poderes executivo
e legislativo.
(B) a política de compromissos, que vinculava os sindicatos
de trabalhadores urbanos ao Ministério do
Trabalho.
(C) a política do café com leite, que proibia as candidaturas
eleitorais de representantes dos estados do Sul e
Nordeste.
(D) a política dos governadores, que articulava a ação do
governo federal aos interesses das oligarquias locais.
(E) a reforma política, que eliminou o voto censitário e
instituiu o sufrágio universal nas eleições parlamentares.
Leia o texto para responder às questões 39 e 40.
Enquanto os franceses e os britânicos tinham emergido
da Primeira Guerra Mundial com um profundo trauma
dos horrores da guerra e a convicção de que um novo
conflito deveria, se possível, ser evitado, na Alemanha só
ocorreria algo parecido depois da Segunda Guerra Mundial.
Os acontecimentos de 1945 levaram a uma profunda
mudança na cultura popular e política da parte ocidental
da Alemanha. Aos olhos desses alemães, a extrema violência
de 1945 fez da Segunda Guerra Mundial “a guerra
para acabar com todas as guerras”.
(Richard Bessel. Alemanha, 1945, 2010. Adaptado.)
39) Entre os fatos que poderiam confirmar a interpretação,
oferecida pelo texto, sobre a atitude de franceses e britânicos depois da Primeira Guerra Mundial, pode-se incluir
(A) a participação em um organismo internacional para
a mediação de conflitos e o pacifismo que marcou a
reação da França e da Grã-Bretanha à ascensão do
nazismo.
(B) o fim da corrida armamentista entre as potências do
Ocidente e do Leste europeu e a eliminação dos arsenais
alojados na Europa, na Ásia e no Norte da África.
(C) a repressão imediata e violenta, por França e Grã-
-Bretanha, a todos os projetos belicosos e autoritários
que surgiram na Europa ao longo dos anos 1920 e
1930.
(D) o acordo para a constituição de uma polícia internacional,
que vigiasse as movimentações militares das
grandes potências e fosse coordenada por um país
não europeu, os Estados Unidos.
(E) a liberação, pela França e pela Grã-Bretanha, no
decorrer das décadas de 1920 e 1930, de todas as
suas colônias, para evitar o surgimento de guerras de
emancipação nacional.
40) A mudança de mentalidade na Alemanha ocidental, ocorrida,
segundo o texto, ao final da Segunda Guerra Mundial,
envolveu, entre outros fatores,
(A) a decisão alemã de não voltar a se envolver em conflitos
internacionais políticos ou diplomáticos.
(B) a neutralidade do país diante da Guerra Fria, que caracterizou
a segunda metade do século XX.
(C) a desmobilização de todos os contingentes militares
dentro e fora do país.
(D) a celebração das conquistas territoriais ocorridas no
século XIX e princípio do XX.
(E) a rejeição do militarismo, que marcara o país desde a
segunda metade do século XIX.
41) Em março de 1988, o modelo sindical levado por Lindolfo Collor para o Ministério do Trabalho completou 57 anos de idade. Em todos estes anos foi olhado com suspeita pelos empresários e com bastante desconfiança pelos grupos socialistas, comunistas e pela esquerda em geral. Atribuía-se sua criação, na década de 30, à influência das doutrinas autoritárias e fascistas então na moda.
(Letícia Bicalho Canêdo. A classe operária vai ao sindicato, 1988.)
Entre as características do modelo citado no texto, sobressaíam
(A) o direito de greve e a valorização da luta de classes.
(B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.
(C) a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.
(D) o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.
(E) o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.
41) Em março de 1988, o modelo sindical levado por Lindolfo Collor para o Ministério do Trabalho completou 57 anos de idade. Em todos estes anos foi olhado com suspeita pelos empresários e com bastante desconfiança pelos grupos socialistas, comunistas e pela esquerda em geral. Atribuía-se sua criação, na década de 30, à influência das doutrinas autoritárias e fascistas então na moda.
(Letícia Bicalho Canêdo. A classe operária vai ao sindicato, 1988.)
Entre as características do modelo citado no texto, sobressaíam
(A) o direito de greve e a valorização da luta de classes.
(B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.
(C) a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.
(D) o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.
(E) o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.
Geografia
42) Há grande diversidade entre aqueles que procuram inspiração em sua fé no Islã. A monarquia vaabita da Ará- bia Saudita e os líderes religiosos xiitas do Irã têm profundas discordâncias políticas e divergem igualmente em questões socioeconômicas. Em termos mais amplos, ocorre nos movimentos islamitas um debate sobre se a meta correta é mesmo chegar ao poder estatal, assim como sobre a democracia, a diversidade social, o papel das mulheres e da educação e sobre a maneira de interpretar o Corão. E, embora a maioria dos islamitas aceite a realidade da existência dos atuais Estados e suas fronteiras, uma minoria mais radical procura destruir todo o sistema e estabelecer um califado que abarque a região inteira [do Oriente Médio]. (Dan Smith. O atlas do Oriente Médio, 2008.)
O argumento principal do texto pode ser ilustrado por meio da comparação entre
(A) o respeito a todas as orientações sexuais nos países que vivem sob regime islâmico e a perseguição a homossexuais no Paquistão e na Índia.
(B) o apoio unânime dos grupos islâmicos ao atentado ao World Trade Center, em Nova Iorque, e a invasão militar norte-americana no Iraque.
(C) a situação e os direitos das mulheres nos países do Ocidente e nas áreas em que prevalecem regimes políticos islâmicos.
(D) a invasão norte-americana no Afeganistão e o apoio soviético ao regime liderado pelo Talibã naquele país.
(E) os islâmicos que protestaram contra o atentado à redação do jornal Charlie Hebdo, em Paris, e a ação militar do Estado Islâmico.
43)
A imagem ilustra o trajeto mais comum dos pilotos de asa-
-delta entre o Vale do Paranã e a Esplanada dos Ministérios em Brasília, distantes cerca de 90 quilômetros. Constituem
fatores que permitem a longa duração deste voo:
(A) o ângulo de incidência do sol (a intensidade de energia
solar que atinge a Terra) e a frente oclusa (a ação do
movimento da corrente de ar frio levantando o ar quente
até que ele perca seu contato com a superfície).
(B) a gravidade (a força de atração entre dois corpos) e a
expansão adiabática (a expansão de grandes bolhas
de ar até encontrarem menores valores de pressão
atmosférica).
(C) a brisa terrestre (a formação de um campo de alta
pressão junto à superfície) e os ventos divergentes
em altitude (a conformação de uma área receptora de
ventos ascendentes).
(D) o atrito (a força gerada no sentido contrário ao deslocamento
do vento) e o efeito de Coriolis (a rotação
das massas de ar no sentido horizontal em função do
movimento da própria Terra).
(E) o processo de condução (a transferência de calor da
superfície para a camada mais próxima da atmosfera)
e o processo de convecção (a dinâmica cíclica entre o
ar quente que sobe e o ar frio que desce).
44) O Sistema Nacional de Unidades de Conservação estimulou a criação de áreas de proteção ambiental integral com o controle unilateral do Estado sobre o seu território e os seus recursos. A implantação do referido sistema foi criticada
(A) pelas populações urbanas, por interromper o crescimento natural da mancha urbana em regiões perifé- ricas.
(B) pelos governos locais, por minar a autonomia municipal no parcelamento do solo para a utilização em políticas de habitação.
(C) pelas populações tradicionais, que defendiam uma maior participação no processo de demarcação das unidades de conservação.
(D) por organizações ambientalistas internacionais, que se opunham às grandes dimensões das áreas adotadas pelo Estado.
(E) pelo capital especulativo, por desvalorizar as áreas do entorno que seriam vendidas no
mercado imobiliário
45) Pertinente às ações de controle dos impactos da atividade humana e à preservação do meio ambiente, a compensação ambiental caracteriza-se como
(A) um fundo privado utilizado para suprir as obrigações financeiras legais, respondendo aos registros, cadastros, serviços, infrações e multas em órgãos ambientais.
(B) um inventário que antecede a realização das construções, focado em identificar, quantificar e minimizar as consequências negativas ao meio ambiente.
(C) uma metodologia para identificar, averiguar e avaliar problemas ambientais, produzindo documentos sobre a operação e a manutenção de um agente poluidor.
(D) um instrumento financeiro associado ao processo de licenciamento ambiental de construções, empregado para amenizar os impactos irreversíveis sofridos pelo meio ambiente.
(E) uma garantia econômica perante a ocorrência de imprevistos, utilizada para custear o reparo de danos materiais, pessoais ou ambientais ocorridos em um empreendimento.
46) Os espaços à margem da economia mundial são igualmente pouco integrados regionalmente, e a desintegração nacional limita a integração. O comércio intrarregional africano se situa em torno de 10% do que é movimentado e é polarizado em alguns países. Fora a África do Sul, cinco países representam três quartos das exportações intra-africanas. (Philippe Hugon. Geopolítica da África, 2009.)
A inexpressividade do comércio intrarregional africano deve-se, em parte,
(A) ao acesso exclusivo a matérias-primas importadas e ao baixo mercado consumidor.
(B) à pouca diversificação das estruturas produtivas e às divergências socioculturais.
(C) à manutenção das colônias europeias e à obrigatoriedade da exportação.
(D) às fronteiras flexíveis e à generalização de economias não monetarizadas.
(E) aos altos custos no transporte de mercadorias e à ausência de centros urbanos.
47) A charge ironiza uma das variáveis que compõem o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano proposto pela Organização das Nações Unidas, a saber,
(A) a renda, pela referência ao dia em que as personagens almoçaram.
(B) a expectativa de vida, pela alusão ao condicionamento físico da personagem que move o carrinho.
(C) a renda, pela referência aos objetos de alto valor agregado que as personagens carregam.
(D) a escolaridade, pela alusão à língua portuguesa empregada em sua forma padrão pelas personagens.
(E) a mobilidade, pela referência ao meio de transporte utilizado pelas personagens.
Leia o excerto para responder às questões de números 48 e 49.
O comércio internacional tem sido marcado por uma proliferação sem precedentes de acordos preferenciais de comércio regionais, sub-regionais, inter-regionais e, em especial, bilaterais (denominados Acordos Preferenciais de Comércio – APC). Atualmente, são poucos os países que ainda não fazem parte desses acordos. Com o impasse nas negociações da Rodada Doha da OMC, a alternativa das principais economias do mundo, como Estados Unidos, União Europeia e China, foi buscar a celebração de APC como forma de consolidar e ter acesso a novos mercados. O receio de boa parte dos países desenvolvidos, de economias em transição e em desenvolvimento de perderem espaço em suas exportações levou-os a aderir maciçamente aos APC.
(Umberto Celli Junior e Belisa E. Eleoterio. “O Brasil, o Mercosul e os acordos preferenciais de comércio”. In: Enrique Iglesias et al. (orgs.). Os desafios da América Latina no século XXI, 2015.)
48) É correto afirmar que a Rodada Doha, iniciada pela Organização Mundial do Comércio em 2001, constitui
(A) um encontro multipolar que procura orientar o modo de produção e as questões relativas à organização, distribuição e consumo nos países centrais e periféricos.
(B) uma reunião eletiva que busca regularizar os fluxos comerciais entre blocos econômicos e o seu período de duração.
(C) um conjunto normativo que procura regularizar a exportação de produtos desenvolvidos pelas economias periféricas sem o pagamento de royalties.
(D) uma cartilha de diretrizes que busca padronizar os custos de produção e os preços finais de produtos agrícolas básicos.
(E) um fórum internacional que objetiva solucionar impasses em questões tarifárias, sobre patentes e ações protecionistas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
49) Considerando o contexto dinâmico apresentado pelo excerto,
compreende-se a proliferação dos acordos preferenciais
de comércio como resultado
(A) dos pactos internacionais de mútuo desenvolvimento
econômico, o que leva a investimentos na qualificação da mão de obra em países periféricos.
(B) do endividamento interno dos países subdesenvolvidos,
o que provoca forte pressão internacional pela
comercialização de seus produtos primários.
(C) da crise de superprodução dos antigos centros industriais,
o que demanda rápidos acordos para evitar fechamentos
de empresas e demissões em massa.
(D) do enfraquecimento dos antigos blocos econômicos,
o que provoca divergências políticas e econômicas
em setores produtivos estratégicos de cada país.
(E) da globalização da economia, o que alimenta uma
crescente integração e uma relativa uniformização
das condições de existência das sociedades.
O Arranjo Contingente de Reservas e o Novo Banco de Desenvolvimento procuram suprir a escassez de recursos nas economias emergentes. Tais iniciativas constituem uma alternativa
(A) às instituições de crédito privadas, encerrando a sujeição econômica dos países emergentes e evitando a assinatura de termos regulatórios coercitivos sobre as práticas de produção.
(B) aos bancos centrais dos países do BRICS, reduzindo os problemas econômicos de curto prazo e maximizando o poder de negociação do grupo.
(C) às instituições criadas na Conferência de Bretton Woods, definindo novos mecanismos de autodefesa e estimulando o crescimento econômico.
(D) ao norte-americano Plano Marshall, elegendo com autonomia o destino da ajuda econômica e os investimentos públicos em áreas estratégicas.
(E) à hegemonia do Banco Mundial, deslocando o centro do sistema capitalista e os fluxos de informação para os países em desenvolvimento.
51) Juntos, tais vetores levaram a linha de fronteira do Tratado de Tordesilhas a deslocar-se para além dos limites formais, empurrando-os crescentemente para os confins da hinterlândia, obrigando a se estabelecer um novo acerto de fronteira com o Tratado de Madri, que em 1750 consagrou como marco de domínio das colônias de Portugal e da Espanha o traçado de fronteira que praticamente risca como definitivo o desenho do território brasileiro de hoje. (Ruy Moreira. A formação espacial brasileira, 2014. Adaptado.)
Considerando o processo de ocupação do espaço brasileiro, os vetores que propiciaram uma nova fronteira e o estabelecimento de pequenos aglomerados no interior do território foram
(A) a borracha e as rotas de procura por matéria-prima.
(B) a plantation e a construção de entrepostos para o transporte.
(C) a mineração e o comércio informal de ouro.
(D) as expedições bandeirantes e as trilhas do gado.
(E) as missões jesuíticas e a instalação de núcleos comerciais.
52) A configuração da questão agrária brasileira
Considerando a questão agrária no Brasil, é correto afirmar
que a lacuna presente na legenda corresponde a áreas de
(A) resgate e valorização de antigas práticas de cultivo.
(B) concentração da violência contra trabalhadores rurais
e camponeses.
(C) cultivo experimental orgânico e sustentável.
(D) reflorestamento e recuperação da biodiversidade.
(E) implantação de núcleos urbanos planejados.
53) Base da formação, há 35 anos, do Polo Industrial de Camaçari, considerado o maior do gênero no Hemisfério Sul, na região metropolitana de Salvador (BA), a indústria química e petroquímica pode estar em via de extinção no local, onde seguidos fechamentos de fábricas do setor no polo ilustram a situação. Apenas na última década, a Braskem – maior indústria do setor no local – fechou três de suas oito unidades. Além dela, deixaram o polo ou reduziram bastante a atividade, nos últimos cinco anos, grandes empresas internacionais, como Dow, DuPont, Air Products e Taminco, entre outras. (www.estadao.com.br. Adaptado.)
Constituem motivos para a saída das indústrias do ramo químico e petroquímico do Polo Industrial de Camaçari:
(A) o fim dos incentivos fiscais, os elevados gastos com segurança e o aumento dos impostos.
(B) as frágeis redes de transporte, a dificuldade de comunicação e a falta de matérias-primas.
(C) a queda na demanda do consumo local, a baixa qualificação da mão de obra e o sucateamento dos maquinários.
(D) o término das concessões, a falta de manutenção das infraestruturas e o desmembramento dos terrenos.
(E) as plantas industriais rígidas, a logística precária e os elevados custos de produção.
54)
A síntese dos dados apresentados pelo gráfico permite afirmar que:
(A) o índice de esgoto a céu aberto na região Sudeste, em contraste com os resultados superiores a 70% de atendimento em identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, indica grandes disparidades socioeconômicas entre seus habitantes.
(B) os menores índices nacionais em calçada e rampas na região Sul, contrastantes com os maiores parâmetros em iluminação, pavimentação, arborização e esgoto a céu aberto, expressam as piores condições de vida para pedestres e deficientes físicos.
(C) mesmo apresentando os menores índices nacionais para a identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, a região Norte não enfrenta deficiências em saneamento básico e na circulação de pedestres.
(D) ainda que tenha apresentado os maiores índices nacionais em identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, a região Nordeste enfrenta problemas com infraestruturas básicas em tratamento de esgoto e vias adaptadas a deficientes físicos.
(E) os resultados encontrados na região Centro-Oeste para os índices de esgoto a céu aberto, meio-fio, calçada e rampas são acompanhados pelos menores percentuais nacionais na identificação do logradouro, iluminação e pavimentação, fundamentais para garantir melhores condições de vida.
53) Base da formação, há 35 anos, do Polo Industrial de Camaçari, considerado o maior do gênero no Hemisfério Sul, na região metropolitana de Salvador (BA), a indústria química e petroquímica pode estar em via de extinção no local, onde seguidos fechamentos de fábricas do setor no polo ilustram a situação. Apenas na última década, a Braskem – maior indústria do setor no local – fechou três de suas oito unidades. Além dela, deixaram o polo ou reduziram bastante a atividade, nos últimos cinco anos, grandes empresas internacionais, como Dow, DuPont, Air Products e Taminco, entre outras. (www.estadao.com.br. Adaptado.)
Constituem motivos para a saída das indústrias do ramo químico e petroquímico do Polo Industrial de Camaçari:
(A) o fim dos incentivos fiscais, os elevados gastos com segurança e o aumento dos impostos.
(B) as frágeis redes de transporte, a dificuldade de comunicação e a falta de matérias-primas.
(C) a queda na demanda do consumo local, a baixa qualificação da mão de obra e o sucateamento dos maquinários.
(D) o término das concessões, a falta de manutenção das infraestruturas e o desmembramento dos terrenos.
(E) as plantas industriais rígidas, a logística precária e os elevados custos de produção.
54)
A síntese dos dados apresentados pelo gráfico permite afirmar que:
(A) o índice de esgoto a céu aberto na região Sudeste, em contraste com os resultados superiores a 70% de atendimento em identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, indica grandes disparidades socioeconômicas entre seus habitantes.
(B) os menores índices nacionais em calçada e rampas na região Sul, contrastantes com os maiores parâmetros em iluminação, pavimentação, arborização e esgoto a céu aberto, expressam as piores condições de vida para pedestres e deficientes físicos.
(C) mesmo apresentando os menores índices nacionais para a identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, a região Norte não enfrenta deficiências em saneamento básico e na circulação de pedestres.
(D) ainda que tenha apresentado os maiores índices nacionais em identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, a região Nordeste enfrenta problemas com infraestruturas básicas em tratamento de esgoto e vias adaptadas a deficientes físicos.
(E) os resultados encontrados na região Centro-Oeste para os índices de esgoto a céu aberto, meio-fio, calçada e rampas são acompanhados pelos menores percentuais nacionais na identificação do logradouro, iluminação e pavimentação, fundamentais para garantir melhores condições de vida.
Outras questões
55) A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocupa, ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os resultados do Enem. A escola separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais questões em suas provas internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela Grande São Paulo. E “criou” uma outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo ano é a primeira colocada no Enem. A 569ª posição é a que melhor reflete as condições da escola. O 1º lugar é uma farsa. A primeira colocada no Enem NÃO é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Todos estudam no mesmo prédio, com os mesmos professores, com o mesmo material, no mesmo horário, convivendo no mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo. No Brasil todo temos centenas de escolas que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, em cidades grandes, como várias capitais, até mesmo que é a melhor escola de um determinado bairro. (Mateus Prado. “Escola campeã do Enem ocupa, ao mesmo tempo, o 1º e o 569º lugar do ranking”. O Estado de S.Paulo, 26.12.2014. Adaptado.)
55) A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocupa, ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os resultados do Enem. A escola separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais questões em suas provas internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela Grande São Paulo. E “criou” uma outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo ano é a primeira colocada no Enem. A 569ª posição é a que melhor reflete as condições da escola. O 1º lugar é uma farsa. A primeira colocada no Enem NÃO é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Todos estudam no mesmo prédio, com os mesmos professores, com o mesmo material, no mesmo horário, convivendo no mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo. No Brasil todo temos centenas de escolas que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, em cidades grandes, como várias capitais, até mesmo que é a melhor escola de um determinado bairro. (Mateus Prado. “Escola campeã do Enem ocupa, ao mesmo tempo, o 1º e o 569º lugar do ranking”. O Estado de S.Paulo, 26.12.2014. Adaptado.)
O fato relatado pode ser explicado em função da
(A) hegemonia dos critérios instrumentais da empresa
capitalista em alguns setores da educação.
(B) falência da meritocracia como critério de acesso ao
ensino superior na sociedade atual.
(C) priorização de aspectos humanísticos, em detrimento
da preparação para o mercado de trabalho.
(D) resistência dos educadores à transformação da escola em instrumento de reprodução ideológica.
(E) separação rigorosa entre os âmbitos da educação e da publicidade na sociedade capitalista
(D) resistência dos educadores à transformação da escola em instrumento de reprodução ideológica.
(E) separação rigorosa entre os âmbitos da educação e da publicidade na sociedade capitalista
56) Texto 1
Cientistas americanos observaram, em um estudo
recente, o motivo que pode tornar adolescentes impulsivos
e infratores. Exames de neuroimagem em jovens
mostraram que o córtex pré-frontal, região do cérebro ligada
à tomada de decisão, ou seja, que nos faz pensar
antes de agir, ainda está em formação nos adolescentes.
Essa área do cérebro tende a ficar “madura” somente aos
20 anos. Por outro lado, a região cerebral associada às
emoções e à impulsividade, conhecida como sistema límbico,
tem um pico de desenvolvimento durante essa fase
da vida, o que aumenta a propensão dos jovens a agirem
mais com a emoção do que com a razão. O aumento da
emotividade e da impulsividade seriam gatilhos naturais
para atitudes extremadas, inclusive para cometer crimes.
(Camila Neumam. “Estudo explica por que adolescentes são impulsivos
e podem cometer crimes”. www.uol.com.br, 26.05.2015. Adaptado.)
Texto 2
A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas
condições socioeconômicas de muitos países latino-americanos
ocasiona uma grande tensão entre os jovens, o
que agrava diretamente os processos de integração social
e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência
e da criminalidade.
(Miriam Abramovay. Juventude, violência e vulnerabilidade
social na América Latina, 2002. Adaptado.)
Os textos expõem abordagens sobre o comportamento
agressivo na adolescência referidos, respectivamente, a:
(A) psicanálise e psicologia comportamental.
(B) aspectos religiosos e aspectos materiais.
(C) fatores emocionais e fatores morais.
(D) ciência política e sociologia.
(E) condicionamento biológico e condicionamento social
Filosofia
Em Filosofia temos duas questões. O que chama atenção é para a questão 59 que questiona sobre a corrupção do indivíduo e quando envolve empresa.
58) O mundo seria ordenado demais, harmonioso demais, para que se possa explicá-lo sem supor, na sua origem, uma inteligência benevolente e organizadora. Como o acaso poderia fabricar um mundo tão bonito? Se encontrassem um relógio num planeta qualquer, ninguém poderia acreditar que ele se explicasse unicamente pelas leis da natureza, qualquer um veria nele o resultado de uma ação deliberada e inteligente. Ora, qualquer ser vivo é infinitamente mais complexo do que o relógio mais sofisticado. Não há relógio sem relojoeiro, diziam Voltaire e Rousseau. Mas que relógio ruim o que contém terremotos, furacões, secas, animais carnívoros, um sem-número de doenças – e o homem! A história natural não é nem um pouco edificante. A história humana também não. Que Deus após Darwin? Que Deus após Auschwitz? (André Comte-Sponville. Apresentação da filosofia, 2002. Adaptado.) Sobre os argumentos discorridos pelo autor, é correto afirmar que a existência de Deus é:
(A) defendida mediante um argumento de natureza estética, em oposição ao caráter ideológico e alienante das crenças religiosas.
(B) tratada como um problema sobretudo metafísico e teológico, diante do qual são irrelevantes as questões empíricas e históricas.
(C) abordada sob um ponto de vista bíblico-criacionista, em oposição a uma perspectiva romântica peculiar ao iluminismo filosófico.
(D) problematizada mediante um argumento de natureza mecanicista-causal, em oposição ao problema ético da existência do mal.
(E) tratada como uma questão concernente ao livre-arbítrio da consciência, em detrimento de possíveis especulações filosóficas.
59) Sob o ponto de vista individual, a corrupção pode ser vista como uma escolha racional, baseada em uma ponderação dos custos e dos benefícios dos comportamentos honesto e corrupto. No tocante às empresas, punir apenas as pessoas, ignorando as entidades, implica adotar, nesse âmbito, a teoria da maçã podre, como se a corrupção fosse um vício dos indivíduos que as praticaram no seio empresarial. O que constatamos é bem diferente disso. A corrupção era, para as empresas envolvidas na operação Lava Jato, um modelo de negócio que majorava o lucro em benefício de todos. (Entrevista com Deltan Martinazzo Dallagnol [procurador público]. O Estado de S.Paulo, 18.03.2015. Adaptado.)
A corrupção é abordada no texto como um problema que pode ser explicado sob um ponto de vista
(A) ético, devido ao comportamento irracionalista que é assumido pelos indivíduos.
(B) moral, pois o fenômeno é abordado como resultado de comportamentos desregrados.
(C) pragmático, pois é considerada sobretudo a avaliação dos efeitos práticos das ações.
(D) jurídico, pois é necessária uma legislação mais rigorosa para coibir o fenômeno.
(E) materialista, pois suas causas relacionam-se com a estrutura do sistema capitalista.
60) Defendo a liberdade de expressão irrestrita, mesmo depois desse trágico evento em que os cartunistas do jornal satírico “Charlie Hebdo” foram mortos, além de outras pessoas em um mercado kosher, em Paris. [...] Sou intransigente no que diz respeito à liberdade de expressão de cada um: e sou ainda mais intransigente quando matam em nome de Alá, de Maomé, de Cristo, de comunismo, de nazismo, de fascismo etc. Caricaturar nunca é crime. Caneta e lápis não matam. Exageram, humilham, fazem rir, mas não matam.
(Gerald Thomas. “Quem ri por último ri melhor”. Folha de S.Paulo, 17.01.2015.)
O argumento defendido no texto está baseado na
(A) valorização do caráter absoluto de todo tipo de simbologia teológica e religiosa.
(B) primazia de princípios originalmente burgueses e liberais no campo da cultura.
(C) utopia comunista da igualdade econômica e da liberdade de expressão.
(D) depreciação do livre-arbítrio, em favor de uma concepção totalitária de mundo.
(E) defesa intransigente de restrições para o exercício da autonomia de pensamento.
Respostas:
31) E.
Quando teve início a Guerra do Peloponeso (431-404
a.C.), Atenas ainda era governada por Péricles, cuja
administração se estendeu de 444 a 429 a.C. Ao
conclamar seus concidadãos a lutar contra a Liga do
Peloponeso, liderada por Esparta, o político ateniense
enfatiza a importância de preservar o domínio
(“império”) sobre a Confederação de Delos, não
apenas pela glória e poder advindos dessa hegemonia,
mas também por causa das consequências que os
ressentimentos acumulados pelas pólis submetidas
poderiam acarretar.
32) B
A questão aborda a cerimônia de enfeudação, na qual
o rei ou um nobre de categoria superior concedia a
outro nobre a posse de um feudo, em troca de um
juramento de fidelidade. Esse ritual estabelecia entre
o doador (suserano) e o recebedor (vassalo) laços
pessoais de lealdade e apoio recíproco, o que fazia das
relações feudo-vassálicas o mais importante vínculo
político existente no sistema feudal.
33) A
A venda de indulgências na Alemanha foi o fator
desencadeador da Reforma Luterana, mas não da
Reforma Calvinista nem da Reforma Anglicana. De
qualquer forma, a resposta acaba sendo justificada
pela negação da autoridade papal – este, sim, um traço
comum a todos os movimentos reformadores do
período.
34) D
No período citado (séculos XV-XVIII), a África foi
inserida no circuito econômico europeu por meio do
comércio de mercadorias variadas (ouro, marfim,
pimenta etc.), entre as quais os escravos proporcionavam a lucratividade mais elevada. Para justificar a
espoliação do continente africano, assim como a
escravização de seus habitantes, os europeus – conforme o texto explicita – construíram um imaginário de
barbárie e inferioridade dos africanos, quando
comparados à sociedade branca e cristã da Europa.
35) C
A alternativa apresenta os elementos constitutivos da
economia de plantation praticada nas colônias
agrícolas de exploração existentes na América durante
a Idade Moderna: atividade monocultora, feita em
latifúndios que utilizavam mão de obra escrava, com
vistas à exportação de produtos comercializáveis na
Europa.
36) E
Interpretação bastante peculiar dos fatores que
levaram à Revolução Industrial e à produção
maquinofatureira. Para o autor, o processo
industrialista objetivava primordialmente estabelecer
um maior controle do empresário sobre os
trabalhadores, relegando a segundo plano aspectos
como a otimização da produção e a maior
lucratividade obtida com a nova tecnologia.
37) B
O texto ressalta a espinha dorsal da política externa
do Segundo Reinado em relação ao Prata. Para
preservar seu controle sobre o “problemático” Rio
Grande do Sul (recém-pacificado após a tentativa
separatista da Farroupilha) e o “isolado” Mato Grosso
(acessível somente através da Bacia do Paraná-
Paraguai), o Brasil procurou neutralizar a influência
argentina na região. Para tanto, opôs-se aos esforços
do governo de Buenos Aires no sentido de restabelecer
a unidade do antigo Vice-Reino do Prata, mediante a
possível anexação do Uruguai e do Paraguai à
Argentina.
38) D
Alternativa escolhida por eliminação. A “Política dos
Governadores”, articulada pelo presidente Campos
Sales (1898-1902), realmente foi um dos mais
importantes “mecanismos que sustentavam o regime
político da Primeira República Brasileira”.
Entretanto, a formulação da resposta permite supor
que a atuação do governo federal se subordinava aos
interesses das oligarquias locais. Na verdade, a política
citada estabelecia uma troca de apoios entre os níveis
federal e estaduais (preferentemente a “locais”) : o
primeiro não intervinha na área de influência das
segundas, as quais, em contrapartida, apoiavam o
governo federal por meio do Congresso Nacional.
39) A
O texto aponta para dois importantes fatores
responsáveis pela eclosão da Segunda Guerra
Mundial: a ineficácia da Liga das Nações na
preservação da paz mundial, causada pela ausência
dos Estados Unidos, pela saída de Alemanha e da
Itália e pela falta de uma força militar coercitiva; e a
“política de apaziguamento” adotada pela Grã-
Bretanha e pela França, na expectativa de que
concessões aos governos totalitários pudessem evitar
um novo conflito mundial.
40) E
A ocupação do território alemão-ocidental pelas três
potências democráticas (Estados Unidos, Reino Unido
e França) vencedoras da Segunda Guerra Mundial, a
revelação dos horrores praticados pelos nazistas e a
intensa campanha de desnazificação empreendida
pelos ocupantes e pelas próprias autoridades locais
contribuíram para criar, entre os alemães, uma
mentalidades predominantemente pacifista – apesar
do surgimento de grupos neonazistas.
41) B
Lindolfo Collor, ministro do Trabalho durante o
Governo Provisório de Getúlio Vargas instaurado
após a vitória da Revolução de 1930, foi o inspirador
da política sindical implantada pelo regime varguista.
Os sindicatos foram legalizados, sendo no entanto
vedada a existência de entidades concorrentes na
mesma área. Essas organizações de trabalhadores,
porém, seriam sujeitas ao recém-criado Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio, o que as subordinava
à orientação do regime. Essa estrutura intervencionista e autoritária, imposta sob a alegação de
preservar a paz social e evitar os conflitos de classe,
inspirava-se no modelo fascista italiano, conhecido
como “corporativismo”.
42) E
No texto, o autor demonstrou o posicionamento
divergente entre comunidades inseridas naquilo que
se denomina genericamente mundo islâmico, onde, ao
mesmo tempo em que grupos consoantes com as
realidades das sociedades modernas adotam posturas
mais progressistas, outros, extremistas, envidam
esforços em prol da radicalização dos costumes e do
tratamento mais conservador e sectário dos dogmas
corânicos.
43) E
No momento em que o vento sobe pela encosta, pelo
fato de ser quente atinge o topo do planalto (processo
de condução), impulsiona a asa-delta, a qual, então,
alça voo. A seguir, tal como ocorre com vários
pássaros, a asa-delta recebe, ao longo do percurso,
lufadas de ar ascendente (o processo de convecção)
que lhe permitem manter-se em voo até atingir o
destino (no caso, a Esplanada dos Ministérios).
44) C
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação,
criado pela Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000,
tem por objetivo assegurar a conservação da diversi -
dade biológica, promover o desenvolvimento sustentá -
vel e a proteção das comunidades tradicionais. Para
tanto, define como um de seus instrumentos a chamada
Unidade de Proteção Integral, área delimitada pelo
Estado com o objetivo principal de preservar a
natureza. A instituição e a delimitação destas áreas
correspondem a um processo vertical em que o Estado,
a partir de seus órgãos de planejamento, determina
quais áreas devem ser preservadas. Ocorre que, na
maioria das vezes, tais áreas abrigam populações
tradicionais, como indígenas e ribeirinhos, os quais
raramente participam das discussões relativas ao
processo de demarcação das unidades de conservação.
45) D
A compensação ambiental é um instrumento financeiro por meio do qual o poder público condiciona a
autorização de uma ação potencialmente nociva ao
meio ambiente à adoção de práticas mitigadoras
desses impactos.
46) B
O continente africano, de um modo geral, tem posição
periférica no sistema capitalista. O restrito volume das
trocas intracontinentais decorre da relativa similaridade da produção de suas economias, em geral,
monoexportadoras, fundamentadas nas exportações
de commodities para os países do Norte, heranças do
passado neocolonial.
Soma-se a essa precariedade econômica a instabilidade política que se manifesta dentro de fronteiras
estatais artificiais herdadas do desenho imposto pelo
Congresso de Berlin de 1884, e dos conflitos de
motivação diversa entre países.
47) A
O Índice de Desenvolvimento Humano leva em
consideração três elementos: a educação (geralmente
se utiliza o tempo de escolaridade, quantidade média
de anos que os alunos frequentam a escola), a saúde
(para a qual utiliza-se a expectativa de vida) e a renda
(para a qual utiliza-se a renda per capita corrigida
pelo poder de compra, levando-se em conta o custo de
vida). No caso da charge, critica-se a baixa renda dos
habitantes que, vivendo nas ruas, não têm recursos
para obter uma alimentação decente e regular.
48) E
A OMC, Organização Mundial do Comércio, é um
órgão da ONU, com sede em Genebra na Suíça que
arbitra conflitos comerciais entre membros. A OMC
promove reuniões eventuais em países membros,
chamadas “rodadas” de negociação. A rodada Doha
foi iniciada com uma reunião ocorrida em Doha,
capital do Catar, em 2001 propunha a liberação do
comércio de mercadorias, na qual os países
desenvolvidos liberariam seu comércio aos produtos
agrícolas dos países em desenvolvimento e os países
em desenvolvimento liberariam seus merca dos aos
produtos industriais dos países desenvolvidos. Após
anos de negociações, as intransigência de diversos
países negociantes levou a Rodada Doha a um
impasse. Alguns autores, inclusive, a consideram
fracassada
49) E
A partir da década de 1990 intensificou-se o processo
de globalização, que representou uma formidável
queda de barreiras tarifárias, aumentando o grau de
integração comercial entre os países. A tentativa de
reação de alguns países em reestabelecer o controle
sobre o fluxo comercial com a criação do blocos
econômicos foi o que levou a procura dos acordos
preferenciais de comércio, como solução para um
maior dinamismo econômico. O maior intercâmbio
comercial acaba levando às diversas sociedades do
mundo à buscas de padrões de consumo semelhantes
numa aproximação das condições de existência.
50) C
A criação do CRA – Contingent Reserve Arrangement
e do NDB – New Development Bank pelo BRICS visa
ampliar a participação do bloco na economia mundial
por meio de investimentos em países em desenvolvimento, suplantando a influência do Banco Mundial
e do Fundo Monetário Internacional – organismos
criados por ocasião da Conferência de Bretton Woods
(1944) que objetivou estabelecer um arranjo para a
economia mundial pós-Segunda Guerra Mundial, mas
que concretamente não atendem à demanda atual dos
países emergentes e de um economia em rápida
transformação.
51) D
Os tais vetores que propiciaram uma nova fronteira e
o processo de ocupação do espaço brasileiro são as
expedições bandeirantes e as trilhas do gado. Ambos
foram responsáveis por deslocar para oeste a linha da
fronteira do Tratado de Tordesilhas.
Os bandeirantes foram destruindo as comunidades
indígenas, formando alguns núcleos de futuras
cidades, até a descoberta de minas de ouro, com o
objetivo de cumprir o real objetivo da colônia.
52) B
A região apresentada no mapa mostra uma extensa
área do território brasileiro onde se verifica a
confluência de diversas estradas que trazem dos mais
diferentes pontos do Brasil fluxos de migrantes que ali
aportam, tentando o acesso a terras da região.
Incluem-se também grupos indígenas que, como os
demais elementos, entram em conflito com
proprietários de terra da região. Geralmente, nesses
conflitos, os grupos menos favorecidos levam a pior.
53) E
O fechamento de fábricas no polo industrial de
Camaçari é resultado da existência de plantas
industriais antigas e obsoletas instaladas na região e
a falta de competitividade em razão de fatores como o
alto preço das matérias-primas e também de energia.
Esta retração na indústria petroquímica tem feito com
que, desde o ano 2000, cerca de 15.000 postos de
trabalho tenham sido eliminados no setor. Tal situação
tem levado as empresas a transferir suas unidades
fabris para países como o México, onde o custo da
matéria prima principal, o gás natural, é um terço do
praticado no Brasil.
54) A
Analisando o gráfico e seus elementos, fica evidente
que, com mais de 70% da população sendo atendida na identificação do logradouro, na iluminação,
pavimentação, na arborização, nos bueiros e nos
depósitos de lixo, a região Sudeste apresenta um nível
muito elevado de população convivendo com esgoto a
céu aberto. Isso indica a enorme disparidade socioeconômica entre seus habitantes.
55) A
A alternativa A informa que centenas de escolas em
todo o Brasil utilizam a propaganda para divulgar
seus resultados.
56) E
O texto 1 relaciona o comportamento rebelde de
jovens às determinações biológicas. Já o texto 2
relaciona comportamento dos jovens às condições
socioeconômicas em que vivem.
57) C
O texto de Vargas Llosa valoriza as obras literárias
por terem uma temporalidade e uma consistência
artística capaz de formar caracteres; enquanto a
produção cinematográfica promove um impacto
imediato, não formativo.
58) D
Comte-Sponville critica a concepção filosófica que
defende a existência de Deus sob o argumento de que
a natureza sendo um efeito inteligente, deve ter uma
causa inteligente. Tal argumento não contempla a
existência de disfunções morais do homem, tampouco
a existência de desequilíbrios numa natureza
supostamente harmoniosa.
59) C
A corrupção é vista no texto como um sistema que
pondera custos e benefícios dos comportamentos de
indivíduos unidos por relações institucionais. Trata-se
da lógica do pragmatismo, no sentido de que ações sociais
(na acepção weberiana) são selecionadas objetivando
um “lucro em benefício de todos”.
60) B
O autor defende a liberdade de consciência e de
expressão e se declara “intransigente no que diz
respeito à liberdade de expressão de cada um”.
A liberdade de expressão é um princípio que tem sua
origem no Iluminismo, momento histórico em que
nasceu a sociedade burguesa, especificamente
ocidental. Contudo, isso não significa que tal liberdade
seja um princípio relativo à classe da burguesia; ao
contrário, a defesa a coloca como valor universal.
Fonte: Objetivo.
Gabarito oficial da Vunesp: