04/09/2015

Utilidades da arte e foto do Cemitério Recoleta, Buenos Aires (Argentina)

Comentei em sala de aula sobre a utilidade da arte (religião, didática, política e estética).

A religião foi a primeira função da arte e esta apresenta 4 funções. A primeira função da arte religiosa era a mágica. As pinturas rupestres nas paredes significavam a superstição imaginando que o desenho poderia ajudar na caça. Ou seja, a pintura não era para o agrado visual e sim para crença da função da mágica, na relação sobrenatural que poderia haver entre a figura pintada e o animal a ser caçado. 
A segunda função da arte religiosa é a funerária. Por exemplo, as pirâmides no Egito foram construídas com a finalidade de servir para ajudar o morto na sua vida posterior. Atualmente, podemos ver os cemitérios e as tumbas com sua construção magnífica. Citei o caso do Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires na Argentina, criado em 1822.


Confira algumas fotos que tirei numa viagem ao cemitério no ano passado (reparem na construção das tumbas e de como são antigas as construções) . 








A terceira função da arte religiosa é a glorificação, no sentido, de construção de monumentos religiosos ou estátuas e na conservação da imagem e de culto.  
Por fim, a última função da arte religiosa é a elevação do espiritual em que a poesia é uma maneira de elevar o espírito, fortalecendo  o sentimento e anseios (podemos ver as músicas da igreja).

Segunda função a didática, considerada como o principal objetivo da arte por muito filósofos, ou seja, a arte deveria ajudar na formação de pessoas. Neste exemplo, cita-se o teatro e a literatura.

Para Platão o objetivo fundamento do teatro deveria ser educativo e seu tema deveria mostrar comportamentos virtuosos. Ainda com Platão, o mundo sensível era uma mera cópia do mundo das ideias, e as artes constituíam-se a imitação da imitação, da aparência. A arte, portanto, não revelaria, mas esconderia o verdadeiro, porquanto, não constituiu uma forma de conhecimento como a matemática, nem melhoraria o homem como a filosofia, mas o corrompe, porque é ilusão, é cópia da cópia. 

A literatura é a principal missão educativa da Arte, pois, transmitem exemplos que persuadem e convencem. Tais como a obra de Homero (Iliadas e Odisseia) ou até a bíblia do Antigo Testamento para o povo judeu. As histórias também contribuíram para a formação da moral das crianças. A crianças aprende gradativamente, por meio delas que os personagens que agem e se comportam com seus semelhantes têm êxito, enquanto os malvados recebem tremendos castigos. A literatura didática ocupa um lugar fundamental desde a Grécia antiga até os nossos dias. As narrações desses contos traziam algum valor moral, como por exemplo, o uso das fábulas.
Outra relevância da arte era porque a maioria da população era analfabeta. As pinturas, as esculturas, os vitrais das catedrais ilustravam as passagens bíblicas que não podiam ser lidas.
Desse modo, percebemos a relação entre Estética e Ética (que visa estabelecer o equilíbrio e funcionamento da sociedade, buscando prevalecer o bem e que ninguém seja prejudicado) quando se constata que o belo pode despertar o bom no indivíduo e, por isso, deve fazer parte de sua educação. Schiller propõe que a educação estética tenha que harmonizar e aperfeiçoar o mundo e de o indivíduo alcance a sua liberdade.
Schiller afirmou o seguinte: “Para chegar a uma solução mesmo em questões políticas, o caminho da estética deve ser buscado, porque é pela beleza que chegamos à liberdade”.
A terceira é a política. Obras épicas, os filmes de guerras, as histórias de heróis parecem desempenhar papel fundamental na formação do espírito nacional. Cantando glórias de heróis locais com caráter guerreiro, os membros da comunidade se sentem mais unidos e fortes. Frequentemente a poesia se dedica a exaltar aos nobres e ricos, tratando de destacar a importância social de sua função, mas em outros incita à luta contra a mesma aristocracia. Por exemplo, no Brasil, na época da ditadura militar, vários artistas como Chico Buarque e Ferreira Gullar usaram a Arte para conscientizar politicamente as pessoas e denunciar a opressão do poder militar.
Por fim, a quarta utilidade é o prazer estético. Para Platão as tragédias deviam representar exemplos moralmente corretos que haviam de ser imitados. Ou seja, o importante numa obra não é ela em si, mas a mensagem (lição) e sua função didática. Platão criticava as tragédias e as comédias, pois os gregos poderiam estimular suas ações e não alerta-las. Podemos fazer uma relação com a condenação de filmes e seriados com fortes cenas de violência.  O que podemos pensar sobre isso? Os filmes violentos influenciam a violência?
Aristóteles a função da tragédia é a catarse (purificação das paixões), ou seja, entende que a tragédia purifica a alma e funciona como remédio, pois comove e alivia.
Para Schopoenhauer a arte é também alívio para nossa existência

De acordo com Nietzsche os gregos haviam encontrado na tragédia a via de evasão para fazer suportável a dura e absurda vida diária. Nietzsche criticava a tradição filósofa ocidental a partir de dois princípios. O apolíneo (inspirado em Apolo deus da razão) e o dionisíaco (Dionísio deus da aventura, da música)