Comentei em sala de aula sobre a utilidade da arte (religião, didática, política e
estética).
A
religião foi a primeira função da arte e esta apresenta 4 funções. A primeira função
da arte religiosa era a mágica. As pinturas rupestres nas paredes significavam
a superstição imaginando que o desenho poderia ajudar na caça. Ou seja, a
pintura não era para o agrado visual e sim para crença da função da mágica, na
relação sobrenatural que poderia haver entre a figura pintada e o animal a ser
caçado.
A
segunda função da arte religiosa é a funerária. Por exemplo, as pirâmides no Egito foram construídas com a finalidade de servir para ajudar o morto na sua vida posterior. Atualmente, podemos ver os cemitérios e as tumbas com sua construção magnífica. Citei o caso do Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires na Argentina, criado em 1822.
Confira algumas fotos que tirei numa viagem ao cemitério no ano passado (reparem na construção das tumbas e de como são antigas as construções) .
A terceira função da arte religiosa é a
glorificação, no sentido, de construção de monumentos religiosos ou estátuas e na conservação da imagem e de culto.
Por fim, a última função da arte religiosa é a elevação do espiritual em que a
poesia é uma maneira de elevar o espírito, fortalecendo o sentimento e anseios (podemos ver as músicas da igreja).
Segunda
função a didática, considerada como o principal objetivo da arte por muito
filósofos, ou seja, a arte deveria ajudar na formação de pessoas. Neste exemplo,
cita-se o teatro e a literatura.
Para
Platão o objetivo fundamento do teatro deveria ser educativo e seu tema deveria
mostrar comportamentos virtuosos. Ainda com Platão, o mundo sensível era uma
mera cópia do mundo das ideias, e as artes constituíam-se a imitação da
imitação, da aparência. A arte, portanto, não revelaria, mas esconderia o
verdadeiro, porquanto, não constituiu uma forma de conhecimento como a
matemática, nem melhoraria o homem como a filosofia, mas o corrompe, porque é
ilusão, é cópia da cópia.
A literatura é a principal missão educativa da
Arte, pois, transmitem exemplos que persuadem e convencem. Tais como a obra de
Homero (Iliadas e Odisseia) ou até a bíblia do Antigo Testamento para o povo
judeu. As histórias também contribuíram para a formação da moral das crianças.
A crianças aprende gradativamente, por meio delas que os personagens que agem e
se comportam com seus semelhantes têm êxito, enquanto os malvados recebem
tremendos castigos. A literatura didática ocupa um lugar fundamental desde a
Grécia antiga até os nossos dias. As narrações desses contos traziam algum
valor moral, como por exemplo, o uso das fábulas.
Outra relevância da arte era porque a maioria
da população era analfabeta. As pinturas, as esculturas, os vitrais das
catedrais ilustravam as passagens bíblicas que não podiam ser lidas.
Desse modo, percebemos a relação entre Estética
e Ética (que visa estabelecer o equilíbrio e funcionamento da
sociedade, buscando prevalecer o bem e que ninguém seja prejudicado) quando se
constata que o belo pode despertar o bom no indivíduo e, por isso, deve fazer parte
de sua educação. Schiller propõe que a educação estética tenha que harmonizar e
aperfeiçoar o mundo e de o indivíduo alcance a sua liberdade.
Schiller afirmou o seguinte: “Para chegar a
uma solução mesmo em questões políticas, o caminho da estética deve ser
buscado, porque é pela beleza que chegamos à liberdade”.
A
terceira é a política. Obras épicas, os filmes de guerras, as histórias de
heróis parecem desempenhar papel fundamental na formação do espírito nacional.
Cantando glórias de heróis locais com caráter guerreiro, os membros da
comunidade se sentem mais unidos e fortes. Frequentemente a poesia se dedica a
exaltar aos nobres e ricos, tratando de destacar a importância social de sua
função, mas em outros incita à luta contra a mesma aristocracia. Por exemplo,
no Brasil, na época da ditadura militar, vários artistas como Chico Buarque e
Ferreira Gullar usaram a Arte para conscientizar politicamente as pessoas e
denunciar a opressão do poder militar.
Por fim, a quarta utilidade é o prazer
estético. Para Platão as tragédias deviam representar exemplos moralmente
corretos que haviam de ser imitados. Ou seja, o importante numa obra não é ela
em si, mas a mensagem (lição) e sua função didática. Platão criticava as
tragédias e as comédias, pois os gregos poderiam estimular suas ações e não
alerta-las. Podemos fazer uma relação com a condenação de filmes e seriados com
fortes cenas de violência. O que podemos
pensar sobre isso? Os filmes violentos influenciam a violência?
Aristóteles a função da tragédia é a
catarse (purificação das paixões), ou seja, entende que a tragédia purifica a
alma e funciona como remédio, pois comove e alivia.
Para Schopoenhauer a arte é também
alívio para nossa existência
De acordo com Nietzsche os gregos haviam
encontrado na tragédia a via de evasão para fazer suportável a dura e absurda
vida diária. Nietzsche criticava a tradição filósofa ocidental a partir de dois
princípios. O apolíneo (inspirado em Apolo deus da razão) e o dionisíaco
(Dionísio deus da aventura, da música)