21/06/2016

Leitura: Brooksfield Donna, marca da Via Veneto, é flagrada com trabalho escravo

A renomada loja Brooksfield Donna é acusada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social de produzir peças com mão de obra análoga à de escravo

A marca Brooksfield comprava tecidos de uma empresa subcontratada, a MDS Confeções, que ainda contratava outra empresa (o que pode ser chamada de quarterização). A empresa pagava os costureiros por R$6,00 e a renomada loja vendia o mesmo produtos por R$ 690,00. 




Leia alguns trechos da matéria da ReporterBrasil, escrito por Piero Locatelli, que explica a justificava de acusação de trabalho análogo a escravidão.

"[...] Na casa onde a oficina estava instalada, não havia extintores de incêndio, as instalações elétricas eram precárias e improvisadas, e o chão acumulava pilhas de tecidos, formando um cenário de fácil combustão onde a única porta de saída permanecia trancada.

O forte odor também escancarava as condições precárias de higiene, segundo os auditores fiscais. A ausência de papel higiênico, colchões dentro da cozinha e a falta de limpeza do local também agravavam a insalubridade. Segundo os auditores, “as condições de segurança e saúde eram inexistentes, tanto nos locais de trabalho, como nos locais de moradia.”

Um dos cinco trabalhadores era uma adolescente de 14 anos, filha do dono da oficina, Felix Gonzalo, que também foi encontrada na mesma situação. Segundo os auditores, a adolescente não poderia trabalhar porque a costura é uma das atividades econômicas onde é proibida a contratação de trabalhadores menores de 18 anos. O trabalho com instrumentos perfurantes, como a máquina de costura, está entre “as piores formas de trabalho infantil”, que o Brasil se comprometeu a eliminar até 2016 [...] ". 
"Uma empresa intermediária, a MDS Confecções, recebia as encomendas e as repassava [...] para a Brooksfield Donna". 


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