25/10/2015

Ciência da felicidade: É melhor investir dinheiro em bens materiais ou experiências?


Fiz uma discussão com o 2º ano sobre Felicidade e o caminho que temos de encontrá-la. Para a minha surpresa a maioria responde que felicidade se resume aos bens materiais, tendo o dinheiro uma relevância maior. Não que o dinheiro na nossa sociedade capitalista tenha uma função central, mas como fica nossos momentos que nos deixa feliz? O dinheiro, portanto, compra a felicidade? Se o dinheiro compra a felicidade, qual o valor da felicidade? 

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Ciência da felicidade
Todo mundo está em busca de felicidade. Há economistas que pensam que a felicidade é o melhor indicador de saúde de uma sociedade. Também sabemos que apesar do dinheiro ser indispensável para atender nossas necessidades básicas, ele não converte cifrões em felicidade. Para a maior parte de nós, a grande questão em relação ao dinheiro é como gerir satisfatoriamente os recursos, que para a maioria das pessoas é limitado. Dentro do senso comum, a maioria busca adquirir algum bem (objeto físico) que consiga agregar visibilidade, durabilidade e segurança material (em alguns casos). Dessa maneira, usar o dinheiro para ir a um show ou fazer aquela viagem pode parecer um desperdício de dinheiro. Mas de acordo com uma recente pesquisa do departamento de Psicologia da Universidade de Cornell essa ideia pode estar bastante equivocada.
O estudo se focou em analisar a relação entre o dinheiro e a felicidade por mais de 2 décadas. Segundo um dos líderes do projeto, o professor Thomas Gilovich, a posse de bens materiais não se converte em felicidade devido a nossa capacidade de se acostumar rapidamente com tudo o que adquirimos: “Um dos inimigos da felicidade é a adaptação. Nós compramos as coisas para nos fazer felizes, e nós temos sucesso. Mas só por um tempo. Novas coisas são excitantes para nós no início, mas depois nós nos adaptamos a eles” afirmou.
As descobertas de Gilovich são o resultado da análise de entrevistas realizadas por ele e outros pesquisadores em contribuição para o chamado paradoxo de Easterlin. Em linhas (muito) gerais, essa tese sustenta que o dinheiro só compra a felicidade até certo ponto. Gilovich sugere que as pessoas serão mais felizes gastando dinheiro em experiências como ir a exposições de arte, fazer atividades ao ar livre, aprender uma nova habilidade, ou viajando ao invés de comprar o iPhone mais recente ou um novo BMW.
Para chegar a conclusões como essa foram feitas entrevistas que pediam as pessoas que fizessem um auto-relato de sua felicidade contando quais foram os bens adquiridos que mais lhes trouxeram alegria e comparando com suas experiências diletantes. No início, a felicidade com os bens materiais foi classificada como maior, mas ao longo do tempo a satisfação das pessoas com as coisas que eles compraram foram caindo, enquanto a satisfação com as experiências em que investiram algum tempo e dinheiro subiram.
A primeira vista pode parecer estranho que um objeto físico que pode ser mantido por um longo tempo não sustente a felicidade tanto tempo quanto uma experiência passageira é capaz. Ironicamente, o fato de que uma coisa material está sempre sendo superada, torna mais fácil se adaptar a eles, que gradualmente vão sendo incorporadas ao dia a dia até tornar-se parte trivial da vida. Enquanto a satisfação com as compras materiais diminui ao longo do tempo, as experiências tornam-se uma parte intrínseca da nossa identidade.Nossas experiências são uma parte maior de nós mesmos do que os nossos bens materiais“, diz Gilovich.“Você pode realmente gostar de seus bens materiais. Você pode até pensar que parte de sua identidade esteja ligada a essas coisas, mas mesmo assim eles permanecem sendo coisas externas a você. Por outro lado, suas experiências realmente são parte de você. Nós somos a soma total de nossas experiências” completa