Entenda a diferença entre clima e tempo, os fatores climáticos e elementos climáticos
1. Introdução
Esta aula busca explicar os fatores e os elementos que
constituem o clima no Brasil. O estudante deve entender que há diversos
elementos que influenciam o clima. Em primeiro lugar, é importante que o
estudante saiba diferenciar clima (duradouro) e tempo (temporário).
O primeiro, o clima,
deve ser entendimento como a sucessão habitual dos tipos de climas. É,
portanto, mais duradouro e seria a característica média de uma região. Exemplos:
(i) no Brasil o clima predominante é tropical. (ii) na região sudeste o clima é
de tropical de altitude; (iii) na cidade de Rancharia (SP) o clima predominante
é quente.
O segundo, o tempo
(também chamado de tempo climático ou tempo meteorológico), é uma combinação
momentânea dos elementos que constitui o clima. Ou seja, é uma característica
temporária e momentânea. Exemplo: no final de abril deste ano, uma massa de ar
polar avanço no Brasil e a cidade de Rancharia registrou recorde de frio do ano
com -1,4º C (leia aqui).
Outro exemplo, é que uma região com o dia nublado, o
dia ensolarado ou chuvoso são características temporárias, ou seja, o tempo.
Para entendermos as mudanças do tempo devemos analisar os
elementos e os fatores climáticos. Os elementos climáticos são: temperatura,
pressão atmosférica, umidade, precipitações (chuva, neblina, granizo, neve) e
massas de ar. Enquanto os fatores climáticos são: a latitude, altitude,
disposição do relevo, maritimidade/continentalidade, hidrografia e vegetação.
2. Elementos climáticos
Os elementos climáticos são aqueles considerados como
básicos para influenciar no clima.
- temperatura;
- pressão atmosférica;
- umidade;
- precipitações (chuva, neblina, granizo, neve);
- massas de ar.
Por enquanto, veremos apenas a temperatura e a pressão
atmosférica. Os demais elementos serão abordados na próxima aula.
A. Temperatura atmosférica
Os raios solares apresentam uma variação da sua incidência
na superfície terrestre, sendo influenciada pela latitude, altitude,
maritimidade e continentalidade.
Lembrando que latitude é a distância da Linha do Equador (Oº
C) até os polos (90º N ou 90º S). Portanto, a baixa latitude, regiões próximas
da Linha do Equador, são regiões com temperaturas elevadas, isto é, recebem
mais raios solares e por isso são mais quentes. E ainda, nessas regiões a
amplitude térmica é menor, ou seja, apresenta uma menor oscilação da
temperatura. Por exemplo: Belém no Pará está situada na latitude 1º28’ e possui uma média anual de 25,6ºC.
Por sua vez, a alta latitude é a região mais próxima aos
polos, tendo uma temperatura menor, justamente, por receber uma menor
incidência solar na superfície. A amplitude nessa região é, portanto, maior, tendo mudanças bruscas na temperatura.
Por exemplo: Florianópolis em Santa Catarina está na
latitude 27º35’ e tem uma média anual de 20,50º C.
Latitude
|
Temperatura
|
Amplitude
|
Baixa
|
Alta
|
Menor
|
Alta
|
Baixa
|
Maior
|
A altitude é a distância em metros de um ponto até o nível
do mar (0 metros). Quanto maior a altitude menor a temperatura térmica. (Leia os pontos 3B e 3C dos fatores climáticos).
B. Pressão
atmosférica
É a força ou peso exercido pelo ar, distribuída igualmente
sobre a superfície, sendo medida geralmente em gramas por centímetro quadrado.
A pressão atmosférica varia em função da temperatura e da altitude.
Em temperatura alta a pressão atmosférica é menor. E na
baixa temperatura a pressão atmosférica é maior.
Em uma região de maior altitude a pressão atmosférica é
menor, enquanto, numa região de menor altitude a pressão será maior.
Por exemplo, quando saímos de SP e vamos em direção para a
praia, ou seja, descendo o morro, no caminho nos sentimos uma pressão nos
ouvidos. Esta pressão nos ouvidos é decorrente da transição atmosférica, sendo
que saímos de uma região de baixa pressão e passamos para uma de alta pressão
atmosférica
O ar atmosférico está sempre circulando e segue em direção
de uma região de alta pressão para uma de baixa pressão, podendo formar
diversos tipos de ventos:
- brisa (do mar para o continente e vice-versa),
- ventos alísios (dos trópicos para o Equador),
- ventos polares – minuano ou pampeiro – (no sul do Brasil), mistral (no Hemisfério Norte) e blizar (fortes ventos da Antártida).
3. Fatores climáticos
Os fatores climáticos são aqueles que contribuem para o
clima de uma determinada região.
Por exemplo, são fatores climáticos:
- a latitude;
- o relevo e altitude;
- maritimidade/continentalidade;
- hidrografia;
- vegetação.
Neste momento destacamos apenas a latitude, relevo, altitude e continentalidade/maritimidade.
A. Latitude
Novamente: quanto mais próximo uma região da Linha do
Equador, ou seja, numa baixa latitude (a Linha do Equador é marcada pela
latitude de 0º), maior será a temperatura.
Ao contrário, quanto maior for a latitude (em direção aos
polos, que tem 90º N ou 90ºS) menor será a temperatura.
B. Influência do relevo
e da altitude
O Brasil tem a média de 800m de altura e em algumas regiões apresentamos
picos com mais de 800 m. A medida em que aumenta a altitude menor será a
temperatura.
Por exemplo, Campos do Jordão (SP) está situada a 1.628
metros de altitude e nessa região a média anual é 13.6 °C
(Fonte: http://pt.climate-data.org/location/32625/ e http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-a-cidade-mais-alta-do-brasil)
Outro detalhe é que em regiões com escarpas (serras) ou montanhas apresentam as chuvas orográficas (ou chuvas de relevo), cuja explicação está na imagem abaixo.
O ar quente ao encontrar um obstáculo sobe e sua temperatura diminui provocando a condensação do vapor d'água e ocasionando a chuva orográfica. Este tipo de chuva é de pequena intensidade mas pode continuar longamente.
Chuva orográfica ocorre quando as nuvens, pressionadas pelo movimento do ar, atingem áreas mais altas do relevo e, consequentemente, entram em contato com temperaturas mais baixas, provocando chuva na porção voltada para o vento.
*Lembre-se também dos outros tipos de chuvas: a de convecção e a frontal.
A chuva de convecção ocorre quando o ar quente ganha altitude, resfriando-se e provocando chuvas de curta duração. É fundamental neste tipo a evapotranspiração, sendo, fundamental a presença de rios e vegetação.
A chuva frontal ocorre quando há o encontro de frente de temperaturas diferentes.
Outro detalhe é que em regiões com escarpas (serras) ou montanhas apresentam as chuvas orográficas (ou chuvas de relevo), cuja explicação está na imagem abaixo.
O ar quente ao encontrar um obstáculo sobe e sua temperatura diminui provocando a condensação do vapor d'água e ocasionando a chuva orográfica. Este tipo de chuva é de pequena intensidade mas pode continuar longamente.
Chuva orográfica ocorre quando as nuvens, pressionadas pelo movimento do ar, atingem áreas mais altas do relevo e, consequentemente, entram em contato com temperaturas mais baixas, provocando chuva na porção voltada para o vento.
*Lembre-se também dos outros tipos de chuvas: a de convecção e a frontal.
Outros tipos de chuvas: convectiva, frontal e orográfica |
A chuva frontal ocorre quando há o encontro de frente de temperaturas diferentes.
C. Continentalidade e maritimidade
Continentalidade: a medida que se avança para o interior dos
continentes, o teor da umidade do ar diminui e assim a amplitude térmica
aumenta.
Maritimidade: quanto mais próximo das faixas litorâneas a
umidade ameniza a temperatura e a amplitude térmica é bem pequena.
Matérias
Educação Globo - Tempo e clima diferenças e semelhanças
Vídeos
Diferença entre clima e tempo
Alta pressão e baixa pressão
Outro vídeo sobre alta pressão e baixa pressão