1. Introdução
Antes de entender o problema político entre Palestina e
Israel é necessário recuperar a história da região da Palestina. Em primeiro
lugar, a palestina é a região próxima da costa leste do Mar Mediterrâneo. Atualmente, as áreas palestinas são a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
2. O processo histórico
A região da Palestina desde a Antiguidade vem sendo palco da
ação de potências que se sucedem com o passar do tempo.
A seguir uma cronologia dos acontecimentos envolvendo os palestinos e sua guerra contra os judeus em busca da Palestina.
1517 até 1917 - o território da Palestina é controlado pelo Império Turco-Otomano.
1918 - o território passa a ser controlado pelos Ingleses. Na região a principal ocupação era do povo árabe, embora, vários grupos de judeus começaram a se instalar na região com o
intuito de conquistar a “terra prometida”, conforme o texto do Velho Testamento (ver o sionismo).
O Sionismo surgiu no século XIX e foi um movimento político
e religioso que lutava pela criação de um Estado judeu
1946 - A Inglaterra renúncia o seu mandato sobre a Palestina
1947 - A ONU decidi criar o Estado de Israel a partir do Plano de
Partilha na Palestina, com a intenção de assentar judeus no território
dos árabes. A partilha previa uma divisão de estaduo Judeu com 55% da Palestina e um estado árabe em 44% e uma zona internacional como Jerusalém e Belém. Os sionistas aprovam o plano e os árabes recusam
3. O conflito árabe-israelense
Com a criação do Estado de Israel, em 1948, foi estabelecido pela ONU um espaço para a criação de um Estado de menor dimensão para os árabes palestinos. Estes, por sua vez, não aceitavam dividir a Palestina com os judeus,o que proporcionou diversos conflitos. A seguir destacamos:
1956 - Guerra de Suez - guerra de Israel (com apoio da França e da Inglaterra) contra a nacionalização do porto no Egito
Ver mapa da importância do canal de Suez (clique aqui)
1959 – Criado a Al-Fatah, o Movimento de Libertação Nacional
da Palestina
1964 - criação da Organização pela Libertação do Estado da
Palestina (OLP), única representante legal dos palestinos. Yasser Arafar, líder
da Al-Fatah, também era da líder da OLP.
1967 - Guerra dos Seis Dias - em que Israel tomou terras de
três países árabes, alegando defender-se de um ataque iminente. Os territórios
e os países são: a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; a
Cisjordânia, da Jordânia; e as colinas de Golã, da Síria;
Podemos perceber pelos mapas que a palestina perdeu seu território e encolhido. Veja no final desta postagem um gif que mostra o recuo das terras palestinas e o avanço das terras israelenses. |
1973 - Guerra do Yom Kippur - tentativa do Egito, Síria e
Jordânia de retomar os territórios ocupados em 1967; dessa guerra originou-se a
primeira crise do petróleo (1974);
1982 - invasão do Líbano, com ocupação israelense do sul do
país, a pedido do então presidente libanês, o que transformou o pequeno vizinho
de Israel num palco de guerra contra a Síria e com grupos palestinos que, de bases
no sul do Líbano, atacaram o norte de Israel;
1987 – Intifada, ou, a “guerra das pedras”, foi a ação
popular palestina contra a presença israelense nos territórios de Gaza e
Cisjordânia na luta pelo Estado Palestino. Nesse momento surge o Hamas, cuja
palavra significa em árabe Movimento de Resistência Islâmica.
Consequência: autoridades israelenses e palestinas iniciaram
conversações de paz gerando o Acordo de Oslo.
1993 – Acordo de Oslo – Reunião com os líderes Rabin
(Israel), Bill Clinton (EUA) e Yasser Arafat (Palestina), tendo as seguintes consequências:
-Criação da Autoridade Nacional Palestina (AP ou ANP), que substituía
a OLP, sobe liderança de Yasser Arafat. Nesse período ganha força as
organizações como FATAH na Cisjordânia.
-Início do acordo para a efetivação da criação do Estado
Palestino na faixa de Gaza e na cidade de Jericó na Cisjordânia.
-Retirada gradativa de tropas israelenses na Faixa de Gaza e
na Cisjordânia.
Atritos que impulsionaram outros conflitos: a demora em
devolver os territórios e retirar os israelenses.
1995 - Assassinato de Rabin por um fanático judeu em 1995
por ter “supostamente traído” Israel – A população israelense é em geral contra
o acordo.
Situação de Jerusalém: os palestinos exigem que a capital de
Israel seja partilhada também. É relevante destacar que Jerusalém é o berço das
três religiões monoteístas, e alvo de interesse e ainda que a capital pertencia
a Palestina no Plano de Partilha de 1947.
2000 – Nova ação popular contra o exército– 2ª Intifada – Aumento
de ataques terroristas – construção do muro que separa a Cisjordânia de Israel
(o muro tem 600km de extensão e 8 metros de altura)
2004 – morte do líder árabe, Arafat. Na palestina o grupo
Hamas se populariza e substitui a liderança. Nesse momento aumentam-se os
ataques terroristas.
2009 – Hamas lança mísseis e foguetes sem alvo específico em
Israel, causando mortes e ferimentos na população. Israel invade Faixa de Gaza e
revida tendo uma ação desproporcional de forças e matando milhares de árabes e
destruindo prédios, escolas, hospitais. Este ataque israelense foi mundialmente
repudiado devido a sua força desmedida.
2010 – Israel pretendeu construir novos assentamentos
judaicos, o que contradiz o acordo de Paz de 1967 e gerou críticas de diversos
líderes políticos, como Barack Obama dos EUA.
O Brasil e a Argentina reconhecem a legitimidade do Estado
Palestino segundo as fronteiras do Plano da Partilha de 1947. São praticamente 100
países que reconhecem a existência da Palestina enquanto país. (http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/os-paises-que-reconhecem-a-palestina-como-estado)
2014 – em junho de 2014, três jovens israelenses que pediam
carona na região da Cisjordânia, que tem o governo controlado pela Al-Fatah,
foram raptados e mortos. Israel invadiu a Faixa de Gaza, local do grupo Hamas,
cujo grupo havia estabelecido um acordo com a Fatah da Cisjordânia. Da Cisjordânia
eram lançados misseis em direção à Israel. Em agosto foi estabelecido um acordo
de paz.